tag:blogger.com,1999:blog-63656219307658097712024-03-13T07:23:46.911+00:00Sínodo – A pensar a Família de hojeUm pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.comBlogger89125tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-37842155601616963932015-10-29T15:36:00.000+00:002015-10-29T15:38:11.539+00:00Cardeal-Patriarca pede «apostolado familiar nas comunidades» e rejeita comunhão aos recasados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0HQGqCBxvpCp_durcGPYuOA-lvGCnp_ziJ9vlPUcNPz3v5mjCaTX6vQm9w7PZPyxA_u5EZDlNsZQYIojW3gY6BQKMSI52KrqjHLIv3G_8Qko6Ytx8V0750_5K9M2EbyvHFxtrT6oJ2eg/s1600/DSC_0101%252B.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0HQGqCBxvpCp_durcGPYuOA-lvGCnp_ziJ9vlPUcNPz3v5mjCaTX6vQm9w7PZPyxA_u5EZDlNsZQYIojW3gY6BQKMSI52KrqjHLIv3G_8Qko6Ytx8V0750_5K9M2EbyvHFxtrT6oJ2eg/s640/DSC_0101%252B.jpg" width="640" /></a></div>
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D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje em conferência de imprensa no Patriarcado de Lisboa que é preciso «investir muito mais» do que até agora na formação e preparação para o matrimónio. «Temos de investir muito mais nas áreas da preparação do matrimónio e na nulidade. Se estamos num debate grande e diferenciado em que queremos que a Igreja se assuma como família de famílias, temos de investir muito mais nisto», afirmou aos jornalistas presentes.<br />
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Questionado sobre se a CEP irá uniformizar os procedimentos em todo o país com algum documento base, o seu presidente diz que haverá «indicações», mas que a solução não vira das instituições, mas sim das próprias famílias. «A esperança está no apostolado familiar nas comunidades, sujos resultados serão muito melhores que uma intervenção institucional a nível nacional. Elas é que podem fazer esse acompanhamento da melhor forma, com princípios gerais de elucidação e acompanhamento que sirvam de exemplo aos mais novos», referiu o prelado.<br />
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Reafirmando que a proposta católica é «para quem deseje aceitá-la», D. Manuel Clemente rejeitou que o documento final do Sínodo tenha trazido grandes mudanças. «O projeto católico é uma das propostas existentes na nossa sociedade. Haverá outras, e os casais poderão escolher, mas a nossa proposta é clara e está bem definida», referiu quando questionado que mudanças poderia haver para os divorciados recasados, uma das áreas mais mediáticas do último Sínodo. «O sacramento não pode contrariar outro sacramento, e se há uma união sacramental, não pode participar na comunhão», defende o presidente da CEP.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoHyfwGts8_lfwQNlxZvdwrGgxbSC-Vyb9c8OLStEW9U_Wq-vz-iRpfsFjAfm9yR5jPfqz_IMjY3JJHyOfJQcWuuj0C4CaC_K036mdzVC3L5iqK2zUjK993KjjJFn_tpZXjeaEs2ZlH98/s1600/DSC_0120.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoHyfwGts8_lfwQNlxZvdwrGgxbSC-Vyb9c8OLStEW9U_Wq-vz-iRpfsFjAfm9yR5jPfqz_IMjY3JJHyOfJQcWuuj0C4CaC_K036mdzVC3L5iqK2zUjK993KjjJFn_tpZXjeaEs2ZlH98/s400/DSC_0120.jpg" width="400" /></a></div>
Isto não significa, no entanto, que o resto da vida comunitária paroquial e de ministérios esteja negada a estes casais. «Dependendo da sua caminhada e testemunho, podemos questionar, como o fizeram o Papa Francisco e o Papa Bento XVI enquanto eram bispos, se não haverá espaço para estes casais nos diferentes ministérios da paróquia, e porque não até podendo assumir as responsabilidades de padrinhos nos batizados. É preciso analisar a situação de cada um e responder em conformidade», disse.<br />
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Considerando que «o critério familiar tem de ser o critério de pastoral» a partir de agora, D. Manuel Clemente a família tem de «ser a base de tudo o que se faz na pastoral». «Se estamos num ambiente em que a problemática familiar se põe desta forma, temos de tirar conclusões práticas para o acompanhamento das famílias», disse, acrescentando que «tudo passa pela colaboração dos leigos com os sacerdotes» em cada comunidade.<br />
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<b>Situação política deve resolver-se à luz do bem comum </b><br />
No final da conferência de imprensa, D. Manuel aceitou comentar a situação política do país, e retomou o que já tinha dito em entrevista à Família Cristã antes das eleições. «Para os cristãos, que existem em todas as forças políticas do nosso país, e para todos os que se declaram admiradores das palavras do Papa Francisco, pedimos que tomem em conta o que o Papa tem dito, a Doutrina Social da Igreja e a última encíclica papal, que fala da ecologia integral», sustentou.<br />
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«Se há pessoas que se dizem católicas, então levem isso até à consequência da sua ação partidária», pediu, relembrando os quatro pilares sobre os quais considera que a política deverá assentar a sua ação. «Há princípios que são nossos e que não abdicamos: o respeito pela vida e dignidade humana, o bem comum, a solidariedade e a subsidiariedade. Na conjugação destas quatro rodas, o carro anda bem», assegurou.<br />
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<i>Texto: Ricardo Perna</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna </i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-24674950799515307302015-10-28T14:42:00.000+00:002015-10-28T14:42:04.186+00:00Um Sínodo pela saída da Igreja ao encontro das pessoas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3O4WoHUo7SlRqNk8k3y0prqDlAjUGlU0SyNBEHhgybbcXp_BV5QTglQB_ro11lHgFtWvr6yYW-ykRiuJRM-8unhoUsurrPVNsDiKSJf5SqIAk9Dc_c_D6IZjXgrIcq1ysc2X8KBLKJo8/s1600/20151024_vaticano_sinodo_1053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3O4WoHUo7SlRqNk8k3y0prqDlAjUGlU0SyNBEHhgybbcXp_BV5QTglQB_ro11lHgFtWvr6yYW-ykRiuJRM-8unhoUsurrPVNsDiKSJf5SqIAk9Dc_c_D6IZjXgrIcq1ysc2X8KBLKJo8/s640/20151024_vaticano_sinodo_1053.jpg" width="640" /></a></div>
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O mundo católico, e não só, tinha os olhos postos em Roma este fim-de-semana. Terminava o Sínodo dos Bispos, a face mais mediática de um processo sinodal que apenas se concluirá com a palavra do Papa Francisco. O Papa decidiu dedicar cerca de dois anos da vida da Igreja à temática da Família, célula base e nuclear da sociedade, mas que a sociedade tinha decidido ignorar. A sociedade e a Igreja, que tinha passado, com os séculos, de um movimento de fervorosos fiéis que percorriam o mundo a anunciar a Boa Nova, a uma instituição aberta apenas aos que decidiam entrar e vir ter com ela.<br />
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E esta é a primeira consequência visível deste processo sinodal: a Igreja abriu as suas portas e vai sair à procura de todas as ovelhas que se perderam. O Sínodo alertou, como tinha vindo o Papa a fazer, para a necessidade de acolher a todos, para a necessidade dos católicos, religiosos e leigos, abrirem as portas dos templos e saírem à procura das pessoas onde elas estão. Esta atitude missionária não é novidade na Igreja dos dias de hoje, mas estava limitada a uma minoria que compreendia esta necessidade e partia.<br />
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Agora não há volta a dar: Francisco e os padres sinodais abriram as portas da Igreja e querem acolher todas as pessoas, principalmente aquelas que mais precisam do ombro amigo de Deus e que eram os que mais se afastavam: as famílias em situações irregulares, sofridas, que erravam e eram afastadas.
Para isto, o Sínodo pediu uma linguagem positiva, que não afaste as pessoas, mas as acolha e acompanhe. Todos têm lugar na Igreja, sem implicar que todos tenham ficado subitamente em estado de graça e sem pecado.<br />
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Acolher não significa aceitar ou concordar com as más ações, e foram muitos os padres sinodais que o foram dizendo ao longo deste tempo. Significa sim que a Igreja tem de ter uma resposta clara para todas as situações, que integre e que não afaste, e que seja sensível às realidades de cada um.
O que nos leva à segunda consequência visível: os sacerdotes, religiosos e leigos precisam de formação. Precisam de aprender a acolher, a discernir as diferentes situações que lhes são apresentadas todos os dias, e a saber quais as respostas que a Igreja tem para propor a cada pessoa. Não há respostas gerais, e o Sínodo foi claro nisso. Cada pessoa é um caso, e tem de ser tratada como tal, como indivíduo que é.<br />
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A face mais visível desta questão é que os leigos que se aproximam da Igreja, ao serem afastados, podem hoje olhar para quem afasta e bater o pé: a Igreja é de todos, inclusive dos que erram, e ninguém pode ser afastado do regaço de Deus.<br />
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O Sínodo não esqueceu a enorme quantidade de divorciados recasados que existem no mundo, e que precisam de uma resposta. Muitos poderão pensar que a resposta foi dada nos pontos mais polémicos do relatório final, apontando um caminho de discernimento que pode levar, em alguns casos, ao acesso pleno aos sacramentos, mas isso é apenas parte da verdade. Como tem feito nestes dois mil anos, a Igreja não funciona ao ritmo das pessoas,funciona com uma visão mais ampla e profética, e foi nesse sentido que pensou em tudo.<br />
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Antes de mais, com a simplificação dos processos de nulidade. Processos mais céleres para as situações onde, claramente, o vínculo nunca existiu, vai permitir que a grande maioria das situações fiquem resolvidas, como têm vindo a afirmar bispos e sacerdotes durante este tempo sinodal, como disse D. Manuel Clemente à Família Cristã, antes da sua partida para Roma. Com processos mais rápidos e tendencialmente gratuitos, muitas das pessoas que hoje sofrem por não poderem aceder aos sacramentos poderão fazê-lo, se perceberem que, como acontecerá com a maioria, esse vínculo não foi válido e podem avançar para legitimar esta nova união.<br />
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Mas porque isto de declarar nulidade não pode ser o pão nosso de cada dia, a Igreja deu outro passo importante com a preparação para o matrimónio. Antes do Sínodo, D. Joseph Coutts, do Paquistão, dizia, em entrevista à Família Cristã, que não era justo colocar um peso tão grande em cima de um casal que tinha acedido ao sacramento do matrimónio com tanta facilidade, sem qualquer preparação. E os padres sinodais, apesar de terem hesitado mexer nesse tema no sínodo anterior, neste foram claros ao afirmar que é necessária uma preparação para o matrimónio mais intensa, prolongada no tempo, que envolva a comunidade e promova a integração dos noivos nessa mesma comunidade, cultivando uma relação que se vai manter depois do matrimónio, com um acompanhamento mais próximo desses casais.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmBr1LwT4kuoipyPlNW2t9UbwagCKxF5pZwvUTJ1bLlqiIK3Xy-QO3ScLJMuh1qmBAOy4TYysTB0Qv1zOUAfuJH6O-VB7RAuuOda1i0YGEOI8wXD5xudAr_3mDv6YFpBM33lv6PgJIRrY/s1600/20151023_vaticano_sinodo_0756.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmBr1LwT4kuoipyPlNW2t9UbwagCKxF5pZwvUTJ1bLlqiIK3Xy-QO3ScLJMuh1qmBAOy4TYysTB0Qv1zOUAfuJH6O-VB7RAuuOda1i0YGEOI8wXD5xudAr_3mDv6YFpBM33lv6PgJIRrY/s640/20151023_vaticano_sinodo_0756.jpg" width="640" /></a></div>
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Com noivos conscientes do sacramento, devidamente integrados na comunidade paroquial que os acolhe, e devidamente acompanhados nas alegrias e nas tristezas, o risco de rutura diminui consideravelmente, se é que não desaparece.
O risco é que desapareçam também os casais interessados no matrimónio religioso, mas não acho que seja um risco real. Mesmo que diminuam no início, a proposta de felicidade que a Igreja tem para os casais cativa e atrai, e o que todos os casais procuram é a felicidade conjugal. Percebendo que a encontram na proposta da Igreja, voltarão como voltou o filho pródigo depois de tentar um estilo de vida afastado do Pai que não lhe trouxe felicidade.<br />
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Depois de tudo isto, resistirão algumas situações de divorciados que entraram em rutura, cujo vínculo foi válido, e também a esses é preciso dar resposta, e é apenas aí que surgem os tais pontos polémicos, que mais não fazem que ir ao encontro das pessoas e das suas vidas. O resultado será diferente para cada um, e pode acontecer que, em alguns casos, se chegue à consciência de que é possível chegar a aceder aos sacramentos da comunhão e da confissão. Ou não. Mas mesmo que não seja possível isso, será possível uma outra proposta que enquadre essa pessoa navida da Igreja e possibilite a participação tão plena quanto possível na vida da Igreja. Se tiver este acompanhamento, mesmo sem comunhão ou confissão, a pessoa estará enquadrada na Igreja e será feliz, porque Deus tem uma resposta para ela.<br />
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Agora vem o maior desafio: conseguir que as estruturas locais da Igreja recebam a mensagem do Sínodo e comecem a procurar formação, a ir ao encontro das pessoas, a acolher a todos, a preparar bem para o matrimónio. Sim, o Sínodo arranjou uma carga de trabalhos para toda a gente, e o principal risco de tudo ficar na mesma não é o conteúdo das propostas, é a inércia dos católicos que não sejam capazes de abrir o coração e escutar o que o Sínodo lhes pede, pelo bem de todos.<br />
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<i>Opinião: Ricardo Perna</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna e Lusa </i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-38479317631984288822015-10-27T13:01:00.000+00:002015-10-27T13:01:38.606+00:00Noção de continuidade ajudou a superar tensões, diz perito português<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaPbit0sSSRZvnM3qYNOatPjd_u0xQjV9IJDxiHtahhm3cd10brYU0aMqy5aUhzJ5AZONYeF0NrLuaac4Kp0x736RtpnX8DkFgK9dbpBfh-vBX4Fjtg2W93vbZgUHL13L05jCjQG5h1XQ/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0325.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaPbit0sSSRZvnM3qYNOatPjd_u0xQjV9IJDxiHtahhm3cd10brYU0aMqy5aUhzJ5AZONYeF0NrLuaac4Kp0x736RtpnX8DkFgK9dbpBfh-vBX4Fjtg2W93vbZgUHL13L05jCjQG5h1XQ/s640/20151022_vaticano_sinodo_0325.jpg" width="640" /></a></div>
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O Pe. Duarte da Cunha, que acompanhou os trabalhos do Sínodo 2015 como perito nomeado pelo Papa, considera que as três semanas de debate sobre a família realçaram a «continuidade» da doutrina católica, superando tensões.
Em entrevista à Família Cristã e à Agência ECCLESIA, o secretário do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) fala em dois anos de «muita reflexão», desde que o Papa decidiu convocar os bispos de todo o mundo para debater a família, admitindo que «a certa altura houve uma tensão entre o que é novo e o que é antigo». «Todo o processo foi a compreensão desta continuidade, quer desde o Evangelho até agora, do Concílio Vaticano, da <i>Humanae Vitae</i>, da <i>Familiaris Consortio</i>. O que há de aprofundamento e de desenvolvimento, até relativamente aos conceitos e de mudança da realidade sociológica, não está em contradição com aquilo que é a continuidade», precisa o especialista.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSYEoPI2SKRMMQRD3ZTw-PN2lrO-aDyHuqCt14beyUlVZ6iRsgQDQuBUWqB9lz8nqbnEBiquko8FeeY4KodJOma6QxMrpLeuUPBpa2NuMqUoPHs0kxpX32XomVsW2Zc9sL-thQS-FM4do/s1600/20151023_vaticano_sinodo_0835.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSYEoPI2SKRMMQRD3ZTw-PN2lrO-aDyHuqCt14beyUlVZ6iRsgQDQuBUWqB9lz8nqbnEBiquko8FeeY4KodJOma6QxMrpLeuUPBpa2NuMqUoPHs0kxpX32XomVsW2Zc9sL-thQS-FM4do/s400/20151023_vaticano_sinodo_0835.jpg" width="266" /></a></div>
O sacerdote português refere que no ensinamento dos últimos Papas, «com as diferenças necessárias», houve «uma continuidade, quer do amor à família, quer da verdade da família, de conceitos da teologia moral que são sempre válidos, mas que não podem ser sempre ditos da mesma maneira».<br />
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Nos trabalhos da 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo, este responsável encontrou participantes com um conhecimento concreto da doutrina, como no caso do planeamento familiar natural, contrariando a crítica de estarem apegados a conceitos mas longe da realidade. «Depois há os outros mais aplicados à realidade, mais sensíveis aos problemas e que às vezes aparentemente descuram mais a doutrina. Isto também não é verdade», prosseguiu.
No final do Sínodo, o relatório entregue ao Papa foi aprovado por unanimidade, símbolo da unidade e do «bom ambiente» com que decorreram os trabalhos.<br />
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O sacerdote português observa que a assembleia sinodal que se concluiu no domingo «exige que a pastoral, a moral, não sejam desligadas da reflexão teológica, doutrinal, sociológica do que é a realidade da família». «Isso foi algo que ao longo do processo dos dois anos às vezes parecia que estava em tensão, daí a insistência: não são duas coisas distintas, coisas separáveis», relata.
Para o secretário do CCEE, é necessário compreender que «a moral é sempre consequência do ser» e que, no caso das famílias, as normas se referem à forma como «cada pessoa dentro desta realidade tem relações e dentro dessas relações qual é o comportamento». «A moral só se compreende, não porque se olha para a regras que são importantes, mas porque olhando para as relações reais, se percebe qual é o ideal, o que se deve fazer, o que Deus recomenda. Depois também se percebe que há coisas que são objetivamente más, não se podem fazer», explica.<br />
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Dos pontos conclusivos, o padre Duarte da Cunha realça a preocupação com a formação de «comunidades de famílias» que sejam também o lugar onde se prepara para o casamento, «que os noivos sejam preparados para o casamento integrando uma equipa de casais da paróquia ou da associação».
Outro aspeto que não era «tão evidente» está relacionado com o «dinamismo da família» como sujeito da pastoral do setor. «Também há uma mudança da perspetiva da família, não só como tema moral mas também como dinâmica de amor, de misericórdia», conclui.<br />
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<i>Texto: Octávio Carmo</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i> </div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-1417266859646748402015-10-26T15:06:00.004+00:002015-10-26T17:29:31.900+00:00«A indissolubilidade do vínculo não é um jugo, é um dom»<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwPTfjOVOZWyaUIkizkjjBDGANrtpLT7fi1ZMsdcmygA21aVnm4bZUy_x6frkLBkfFhDsNw12ndy1li98jaIsh7G1ElU3gz28mSNwSMVhKLxTd4a77CuXrF8eu94chR3jmzLxKWtZH2E8/s1600/20151025_vaticano_sinodo_1784.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwPTfjOVOZWyaUIkizkjjBDGANrtpLT7fi1ZMsdcmygA21aVnm4bZUy_x6frkLBkfFhDsNw12ndy1li98jaIsh7G1ElU3gz28mSNwSMVhKLxTd4a77CuXrF8eu94chR3jmzLxKWtZH2E8/s640/20151025_vaticano_sinodo_1784.jpg" width="640" /></a></div>
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D. Antonino Dias, bispo de Portalegre e Castelo Branco e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, foi um dos dois delegados da Conferência Episcopal Portuguesa enviados ao Sínodo. Numa conversa com a Família Cristã e a Agência Ecclesia, faz o balanço deste encontro de gentes e realidades de todo o mundo, e aponta já caminhos para as comunidades diocesanas portuguesas começarem a trabalhar com os resultados desta reflexão feita em Roma.<br />
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<b>Foram três semanas de muito trabalho e reflexão, na procura de convergências. Regressa a Portugal com a ideia de uma Igreja que tem de estar ao lado de todas as famílias e acompanhá-las sempre? </b><br />
Foi de facto um encontro muito importante e rico no conteúdo e na diversidade de pessoas, culturas e línguas, de experiências em relação à família. O Sínodo não terminou, agora é que começa, quando se vai pôr em prática aquilo que foi aqui falado. O Sínodo todos os debates que se fizeram não foram para ganhar ou perder, mas sempre em busca da verdade e daquilo que será mais conveniente para continuarmos a estar ao lado da família, a promover a família e a abrir perspetivas, caminhos de pastoral. É preciso abrirmos caminhos novos para pôr em prática o que sentimos que ainda é preciso levar à prática. Não é tanto na doutrina, mas mais em como levar a doutrina à prática. Falou-se na preparação mais insistente e permanente para o matrimónio. É uma área onde precisamos de investir muito, porque muita gente aproxima-se do sacramento sem fazer ideia do que isso é. Não podemos supor, temos de formar e as pessoas que tomam essa opção tem de ter ideia da opção que estão a tomar.<br />
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<b>O sínodo disse que se deve contar muito com a ajuda de casais e leigos especializados que possam ajudar as comunidades paroquiais a fazer uma espécie de ministério específico de acompanhamento da vida conjugal... </b><br />
A preparação para o matrimónio começa em casa, desde pequeninos, pela experiência que os filhos têm da vivência dos pais. Mas depois há todo um acompanhamento que as paróquias e os movimentos fazem, e as famílias sempre foram um apoio muito grande para a formação destas pessoas. Temos de olhar para a família como destinatária da evangelização, que o é, mas sobretudo como protagonista da evangelização. A família tem de assumir a sua quota parte de colaboração neste anúncio do Evangelho da Família, a começar por casa, mas depois abrindo-se à comunidade e prestando um contributo muito importante, experiencial, à própria comunidade. E isso pode ajudar muito os casais novos a valorizar o que é importante no sacramento do matrimónio e na própria família.<br />
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<b>Nesta atenção pastoral, o documento final vincou uma atenção especial às famílias feridas por vários aspetos. Há três pontos que foram muito mediatizados, que dizem respeito ao discernimento para com os casais divorciados que voltaram a casar civilmente. É preciso esperar uma clarificação do Papa sobre como é que se pode aplicar este caminho de discernimento no terreno? </b><br />
Há muita gente que vai mais à frente, e outra que fica mais para trás. É bom que se coloque tudo sobre a mesa, mas a palavra final pertence ao Santo Padre. Este documento conclusivo dos bispos foi um poaio ao Santo Padre. Ele deu autorização que se publique, mas os padres sinodais pediram que ele publicasse um texto clarificador. Temos de aguardar um pouco, porque está nas mãos dele, e ele fará o discernimento necessário com o seu carisma petrino, e dar-nos-á uma importante mensagem, quando achar oportuno.
Isto vai de encontro ao que dizia no início de encontrar novos caminhos pastorais.<br />
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<b>É isso que se vai transmitir aos párocos e aos leigos em Portugal? </b><br />
Precisamos de despertar os leigos para a necessidade de eles serem evangelizadores. O laicado é um grande gigante adormecido e nós temos de o acordar. Esta nova evangelização de que tanto se fala, ou se faz com os leigos ou não se fará. De facto, os sacerdotes não conseguem fazer tudo e há muitas coisas que não sabem e têm de pedir a colaboração a quem esteja em melhor posição para fazer melhor. É importante que os leigos despertem para isto. É evidente que as famílias feridas que falou, a Igreja sempre teve uma grande sensibilidade para com elas, e procurou, na medida do possível, por vezes não tanto quanto seria necessário, mas sentimos sempre isso, acompanhá-las. Essas situações não são buscadas, são aceites com sofrimento. Não acontecem por capricho, e por isso essas pessoas sofrem. Depois há esse estigma de pensarem que estão fora da Igreja. Não estão, e foi isso que quisemos dizer aqui, inclusive na aula sinodal, que são pessoas que são pertença da igreja na mesma, e têm de ter consciência dessa pertença nessa situação em que se encontram, que será aí o seu caminho de santificação, não com atropelos, mas com o que a Igreja lhes diz: que podem crescer, acompanhar, inserir-se. Penso que a Igreja sempre esteve aberta a isso. Apesar de aqui ou ali ou acolá de vez em quando encontrarem uma porta fechada, mas esse não é o pensar da Igreja.<br />
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<b>Este sínodo fica também marcado pelo anúncio oficial da criação da nova congregação para a Família e Leigos. Como é que vê essa nova congregação, e o que é que ela pode trazer de novo à Cúria e ao povo de Deus? </b><br />
Acredito que esta situação já fosse apontada há algum tempo, até porque o D. José Policarpo já tinha sentido essa necessidade e juntou as duas matérias numa só em Portugal. Penso que isto é muito bom, porque o apostolado laical e da família não existem um sem o outro, estão interligados.<br />
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<b>Que novidades pode trazer ao trabalho da Igreja com a Família? </b><br />
Uma ação mais coordenada, com certeza, e mais inserida uma na outra, porque eram dois compartimentos, e pode ser que o trabalho seja mais harmonioso, mais profícuo, pelo menos estou esperançado que sim. <br />
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<b>Que tipo de leitura podem e deve as famílias católicas portuguesas começar a fazer a partir deste relatório? </b><br />
O relatório é público, e os resultados dependem muito das dioceses e de quem elas têm à frente desta pastoral familiar. Embora aqui se dissesse que toda a pastoral diocesana devia estar imbuída do espírito familiar, tudo depende das estruturas diocesanas. E as estruturas são o que são e o que podem ser, mas é aí que temos de investir. Há muita coisa por onde pegar e desenvolver, porque a maior parte do relatório é pacífico, excetuando dois ou três pontos que têm de ter a resposta do Santo Padre.
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<b>E como é que o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família gostava que este tema fosse trabalhado pelas instâncias diocesanas em Portugal? </b><br />
Penso a prioridade deve ser reestruturar a preparação para o matrimónio. Intensificá-la, melhorá-la e que essa preparação comece também na juventude, não só nos CPM. Isso é bom e útil, mas é pouco, e esse é o grande desafio. As pessoas não podem aproximar-se para celebrar um sacramento se saberem o que implica esse sacramento, e sem essa consciência. E não só o sacramento, mas saberem que têm de fazer da família uma comunidade de vida e de amor. O importante é que as pessoas sejam felizes, e que entendam que a indissolubilidade do vínculo não é um jugo, é um dom, e que saibam valorizar esse dom e o saibam fazer crescer.<br />
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<b>Mas nem sempre a preparação remota é possível, e as pessoas chegam à preparação imediata sem saberem o que vão fazer. É preciso dizer às pessoas "Não"? </b><br />
Isso era bom, mas vivemos num ambiente que quando se diz a uma pessoa que não está preparada para isto ou para aquilo, elas reagem mal. Portanto, tem de haver aí uma pedagogia muito importante. Cada um fará aquilo que puder dentro das suas dioceses. É importante que aqueles que se preparam para o matrimónio se insiram nas suas comunidades com alegria, com responsabilidade, não para os prejudicar, mas para os ajudar.<br />
<br />
<b>O Sínodo falou muito na necessidade da comunidade se envolver na preparação para o matrimónio. Como é que podemos fazer isso? As comunidades têm de acolher publicamente as pessoas, como antigamente? </b><br />
A minha diocese não é bem exemplo para isso, porque quando chega uma pessoa nova toda a gente vai querer saber quem são. Mas sim, acho que devemos retomar isso. Quando um casal jovem chega a uma comunidade e se integra na comunidade, socializa logo e é acarinhado e inserido, geram simpatia. Quando um casal vem para uma comunidade, mas vive afastado dela, tem mais dificuldade em se inserir, e nós precisamos dos outros para fazermos a nossa caminhada de fé, ninguém a consegue fazer sozinho, como se costuma dizer. Fazer da comunidade paroquial uma família mais alargada, uma família de famílias, é muito importante.
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<i>Texto: Ricardo Perna e Octávio Carmo</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-43707006282364596322015-10-26T11:47:00.000+00:002015-10-26T11:47:19.527+00:00Presidente delegado do Sínodo confirma que discernimento «pode chegar até à comunhão» de recasados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRT03XXUwzqOgbL0AUuwmywbt8ZcxZaqKWzC_a2TV-6zrqn53CRneSfKNyPnY9GIWV3pKKlsAcbeKkQmMoZSuSshMx-ucZa6LKrhgOWHpdPADTSP7KmVCEsDaopLwnJNiKlaXmN3v8hF8/s1600/20151024_vaticano_sinodo_1254.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRT03XXUwzqOgbL0AUuwmywbt8ZcxZaqKWzC_a2TV-6zrqn53CRneSfKNyPnY9GIWV3pKKlsAcbeKkQmMoZSuSshMx-ucZa6LKrhgOWHpdPADTSP7KmVCEsDaopLwnJNiKlaXmN3v8hF8/s640/20151024_vaticano_sinodo_1254.jpg" width="640" /></a></div>
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O arcebispo da Aparecida, no Brasil, o Cardeal Raymundo Damasceno, declarou ontem à Família Cristã e à Agência Ecclesia que o caminho de discernimento que os casais divorciados recasados fazem com o seu confessor ou orientador espiritual pode «chegar até à comunhão e à confissão». «No contacto com um ou com outro casal que deseje ser acompanhado», e depois de «um discernimento sobre a sua situação», «quem sabe, num caso ou noutro, chegar até à comunhão e à confissão», confirmou o cardeal, em declarações proferidas em Roma, no final da missa conclusiva do Sínodo dos Bispos, que decorreu em Roma nas passadas três semanas.<br />
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O cardeal brasileiro explica que o «Sínodo não tomou nenhuma decisão» geral sobre o assunto, antes determinando que cada caso seja avaliado individualmente. «O Sínodo fala muito do discernimento, porque cada caso é um caso. Não podemos generalizar as situações dos casais que vivem uma segunda união, porque cada um tem uma situação muito concreta, muito especial, com todas as circunstâncias que rodeiam a vida dessa pessoa», explicou o prelado.<br />
<br />
Neste sentido, o cardeal diz que o Sínodo apela a «um discernimento sério, objetivo, com uma consciência bem formada, aberta também à vontade de Deus, para que, quem sabe, se possa chegar a uma conclusão mediante a decisão de um confessor ou de um orientador espiritual, que possa acompanhar o casal nessa situação, se assim o desejar». «O documento do Sínodo está marcado por uma dimensão da misericórdia, da ternura da Igreja, sobretudo com aquelas famílias mais sofridas e que estão em situações mais difíceis, como é o caso das famílias dos migrantes, de quem sofre pobreza extrema, ou violência e perseguição, e as pessoas que vivem situações especiais na sua vida matrimonial», sustentou.<br />
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Nesta situação estão «pessoas que não foram felizes na sua primeira união matrimonial, se separaram, contraíram uma segunda união, e aí estão, muitas delas participando na vida da Igreja nas nossas comunidades, com a limitação do acesso à comunhão e à confissão», mas também muitas que «talvez nem procurem a Igreja para resolver essa situação que estão a viver». É a essas que o Sínodo quer chegar e integrar. «É importante a integração dos casais nas nossas comunidades, abrindo espaços para eles e possibilitando, evitando qualquer tipo de escândalo, a possibilidade de participar nos ministérios e se integrarem na vida da comunidade», pede.<br />
<br />
O prelado brasileiro, que dirigiu os trabalhos do Sínodo, fez um balanço muito positivo da reunião sinodal, explicando que a metodologia «possibilitou um maior número de encontros por grupos de trabalho, e isso facilitou a participação» de todos num documento «consultivo» que, sabem, é um apoio para as decisões que o Papa irá tomar. «São estudos e propostas que os padres sinodais oferecem ao Papa. Cabe agora a ele tomar alguma decisão no sentido de publicar alguma exortação pós-sinodal ou qualquer outro tipo de documento, para que então as conclusões possam tornar-se efetivas nas nossas dioceses e nas nossas paróquias», conclui.
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<i>Texto: Ricardo Perna (com Octávio Carmo)</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-12363106518640277372015-10-25T23:10:00.001+00:002015-10-25T23:10:52.252+00:00Vaticano é a «casa de todos», diz bispo moçambicano<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIA9ZbQZg56k_l6X2GORs0ZCLmr1zFZxeakvhCLBJ2EsHGjr4nxT49qU_zigL03DpkdGM93h-K_SCpwu5PqPA7l9UKWRSYQoI88ISuQia_DESjQi60dGViJstPX62Z6TJfN3wl4onEgRU/s1600/20151024_vaticano_sinodo_0964.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIA9ZbQZg56k_l6X2GORs0ZCLmr1zFZxeakvhCLBJ2EsHGjr4nxT49qU_zigL03DpkdGM93h-K_SCpwu5PqPA7l9UKWRSYQoI88ISuQia_DESjQi60dGViJstPX62Z6TJfN3wl4onEgRU/s640/20151024_vaticano_sinodo_0964.jpg" width="640" /></a></div>
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O arcebispo de Maputo, D. Francisco Chimoio, mostrou-se satisfeito com o desenrolar do Sínodo dos Bispos sobre as famílias e espera que os trabalhos ofereçam força e coragem às famílias católicas.
“Queremos ajudar as famílias a ser cada vez mais fortes”, declarou o prelado moçambicano, em declarações à Agência ECCLESIA e Família Cristã, em Roma.<br />
<br />
O arcebispo, que participou nos trabalhos da 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a família, elogiou as famílias “corajosas” que dão o melhor de si próprias face às dificuldades do seu quotidiano, com “amor, transparência e responsabilidade”.
Após o final deste percurso de reflexão, o “grande trabalho” é acompanhar todas as famílias, para as “alertar e fortalecer”.
D. Francisco Chimoio deixa críticas à ideologia do género, que “mina as bases da família”, antes de reconhecer que o debate sobre o acesso dos divorciados recasados à Comunhão causou alguma tensão, sublinhando que os bispos nunca “colocaram em questão a doutrina”.
“Eu, como bispo, não posso dizer a um cristão ou a uma cristã, sabendo que não está em graça, que vá comungar”, observou.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgDjPyLELF1fCkr3u7ENl0y6K9ORFqHsHnCH7tK_PqtWzWy4CaSb_CPaPBLR3uw6zJk29X925c-d50d6QNDdLNbONUrs8tuwj-G80cCjpKOwRPQZr3F9UWxBHavNPRVsX0pk1oQWxETsg/s1600/20151023_vaticano_sinodo_0850+copy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgDjPyLELF1fCkr3u7ENl0y6K9ORFqHsHnCH7tK_PqtWzWy4CaSb_CPaPBLR3uw6zJk29X925c-d50d6QNDdLNbONUrs8tuwj-G80cCjpKOwRPQZr3F9UWxBHavNPRVsX0pk1oQWxETsg/s400/20151023_vaticano_sinodo_0850+copy.jpg" width="400" /></a></div>
Para o arcebispo de Maputo é necessário «acompanhar». «Não se pode apontar o dedo a ninguém, não se pode desprezar alguém só porque falhou», mas «acompanhar não é dizer que está tudo bem: é dizer a verdade, porque é esta que salva».
O responsável mostrou-se impressionado com a situação em que muitos católicos vivem, por todo o mundo, e diz que também por isso o Sínodo «foi um momento de graça».<br />
<br />
Além das perseguições religiosas e do fundamentalismo, muitos cristãos enfrentam os ataques do laicismo, «uma onda que há de passar com o tempo, porque não é possível que as pessoas se sintam felizes longe da presença de Deus».
Em Moçambique começam a sentir-se os desafios do «materialismo e do relativismo» potenciados pela globalização, para além dos problemas levantados pelos casamentos de muitas mulheres com muçulmanos e deixam de fazer parte da comunidade cristã. «É um grande desafio que temos», admite D. Francisco Chimoio.<br />
<br />
Nos trabalhos da assembleia sinodal, o prelado moçambicano abordou a dimensão «missionária» das famílias, que podem dar um «impulso» à ação da Igreja Católica, a começar pelos próprios filhos, na sua iniciação à fé.
O responsável fala do Sínodo como um «encontro de irmãos» e descarta uma «regionalização» da Igreja Católica, evidenciando a centralidade da figura do Papa, «um pastor para todos». «É saudável isto, porque senão não temos unidade. Esta é a casa de todos, o Vaticano é a casa de todos», referiu, sublinhando que os bispos não trabalham «sozinhos».<br />
<br />
D. Francisco Chimoio abordou ainda a nova responsabilidade que as dioceses assumem com a criação dos chamados «processos breves» em relação a uma eventual declaração de nulidade matrimonial. «Não vai ser um trabalho simples», admite.<br />
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<i>Texto: Octávio Carmo</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-29870534021926904682015-10-25T21:41:00.000+00:002015-10-25T21:41:32.214+00:00Papa rejeita fé pré-programada que ignora sofrimento alheio<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdAEm_3wFtSEiiGp8cUMGtmXQSmylUmapu84apQxeWNvWM8BeAPT_fiUKXDGulCDd2uiapJsi-WAuKpjT2Ag3o-6hr5K-3Eom_sDTAgiPN9zJb2v0G7IjZoUz8t7NxFZWuXuhfCwBh2Kw/s1600/20151025_vaticano_sinodo_1571.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdAEm_3wFtSEiiGp8cUMGtmXQSmylUmapu84apQxeWNvWM8BeAPT_fiUKXDGulCDd2uiapJsi-WAuKpjT2Ag3o-6hr5K-3Eom_sDTAgiPN9zJb2v0G7IjZoUz8t7NxFZWuXuhfCwBh2Kw/s640/20151025_vaticano_sinodo_1571.jpg" width="640" /></a></div>
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O Papa alertou hoje no Vaticano para a tentação de uma “fé pré-programada” que ignora o sofrimento alheio em função da sua própria agenda.
"Uma fé que não sabe radicar-se na vida das pessoas, permanece árida e, em vez de oásis, cria outros desertos", disse, na homilia da Missa conclusiva do Sínodo dos Bispos sobre a família, na Basílica de São Pedro.<br />
<br />
Francisco partiu do relato da cura de um cego, por Jesus, para recordar que perante o sofrimento de Bartimeu “nenhum dos discípulos para”, mas “continuam a caminhar, avançam como se nada fosse”.
“Se Bartimeu é cego, eles são surdos: o seu problema não é problema deles. Esse pode ser o nosso risco: face aos problemas contínuos, o melhor é seguir em frente, sem deixar-se perturbar”, advertiu.
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Neste contexto, a homilia falou numa “fé pré-programada”, em que cada um já tem a sua agenda própria, “ onde tudo está previsto”.
“Sabemos para onde ir e quanto tempo gastar; todos devem respeitar os nossos ritmos e qualquer inconveniente perturba-nos. Corremos o risco de nos tornarmos como «muitos» do Evangelho que perdem a paciência e repreendem Bartimeu”, precisou.<br />
<br />
Em vez de rejeitar quem incomoda, Jesus quer “incluir, sobretudo quem está relegado para a margem e grita por Ele”.
O Papa aludiu depois à falta de “abertura do coração” e ao fim de aspetos da vida espiritual como “a admiração, a gratidão e o entusiasmo”, longe do “coração” de Deus, que “se inclina para quem está ferido”.
“Esta é a tentação duma «espiritualidade da miragem»: podemos caminhar através dos desertos da humanidade não vendo aquilo que realmente existe, mas o que nós gostaríamos de ver”, prosseguiu.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsjevNTMyzFIR7xUCtJuwZp3U7xtSqzujzJbGR84c3W0iSP8GRt5NMH7vfUs6AIApVDnvyeo2HHbIomQRcY4HQs5MgyC5btlgZB7LLc47SY7YZ7hNN-IKqiJk2s2SfLGaUlG11t5O2cQs/s1600/20151025_vaticano_sinodo_1580.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsjevNTMyzFIR7xUCtJuwZp3U7xtSqzujzJbGR84c3W0iSP8GRt5NMH7vfUs6AIApVDnvyeo2HHbIomQRcY4HQs5MgyC5btlgZB7LLc47SY7YZ7hNN-IKqiJk2s2SfLGaUlG11t5O2cQs/s640/20151025_vaticano_sinodo_1580.jpg" width="640" /></a></div>
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Perante os “irmãos sinodais”, cardeais, patriarcas, arcebispos, bispos e padres que participaram na 14ª assembleia geral do Sínodo, o Papa elogiou o caminho que todos fizeram “juntos”.
“Sem nos deixarmos jamais ofuscar pelo pessimismo e pelo pecado, procuremos e vejamos a glória de Deus que resplandece no homem vivo”, apelou.<br />
<br />
Francisco defendeu que, tal como na cura do cego, os cristãos devem ir ter com quem sofre para dizer-lhes “coragem”, “tem confiança, anima-te” e “levanta-te”.
“Os seus limitam-se a repetir as palavras encorajadoras e libertadoras de Jesus, conduzindo diretamente a Ele sem fazer sermões. A isto são chamados os discípulos de Jesus, também hoje, especialmente hoje: pôr o homem em contacto com a Misericórdia compassiva que salva”, observou.<br />
<br />
A menos de dois meses do início do Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo extraordinária convocado pelo Papa, Francisco disse que as situações de “miséria e de conflitos” são para Deus “ocasiões de misericórdia”.
“Hoje é tempo de misericórdia”, sustentou.<br />
<br />
Após a homilia, na apresentação das ofertas, uma família com uma filha em cadeiras de rodas foi ao altar, um dia depois de o Sínodo dos Bispos ter manifestado o seu apoio a todas as pessoas com deficiência.<br />
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<i>Texto: Octávio Carmo (Agência Ecclesia)</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-70923333596424444912015-10-25T21:28:00.000+00:002015-10-25T21:28:18.525+00:00Acolher e discernir: a Igreja ao encontro da Família<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQYPjCE8SdBGnel9BkG_QT_SyThK_hjKJNlIhceAFbdy8nCIodF1PWC96_Y2K2XDDrBeKBwRpE4dXSwm-Enm5W1TdDHjLz59OApoPGTvkimY_rB4kHd9Fn43IasAnbWx61lLqdVA9xPPs/s1600/20151024_vaticano_sinodo_1053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQYPjCE8SdBGnel9BkG_QT_SyThK_hjKJNlIhceAFbdy8nCIodF1PWC96_Y2K2XDDrBeKBwRpE4dXSwm-Enm5W1TdDHjLz59OApoPGTvkimY_rB4kHd9Fn43IasAnbWx61lLqdVA9xPPs/s640/20151024_vaticano_sinodo_1053.jpg" width="640" /></a></div>
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Após três semanas de discussão e reflexão, o Sínodo dos bispos aprovou o relatório final que será entregue ao Papa como base de reflexão para que possa decidir o caminho que a Igreja fará com a Família para que esta possa ser, «na sua vocação e missão», um «tesouro da Igreja». Os 94 pontos do relatório foram aprovados pela maioria de 2/3 necessária à sua publicação como parte do relatório, o que reflete o que vários participantes foram dizendo à comunicação social durante os dias de trabalho, e que contradizia a alegada divisão que era noticiada por alguns órgãos de comunicação social.<br />
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O consenso foi conseguido mesmo em matérias mais sensíveis, como o acompanhamento dos divorciados recasados e aos casais em situações irregulares ou de rutura, que mereceram mais votos contra.<br />
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O Papa abordou essa questão no seu discurso final, quando falava na necessidade de compreender que as sensibilidades das diferentes culturas e realidades de todo o mundo levavam por vezes a entender de forma diferente o mesmo assunto, o que se traduz naturalmente numa riqueza de partilha e em eventuais discordâncias em algumas soluções.<br />
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<b>Pastoral do discernimento com casais em situações de rutura ou irregulares </b><br />
Este caminho sinodal de dois anos resultou em duas perspetivas que podem marcar o futuro da Igreja nos próximos anos em relação à família: acolher e discernir. O acolhimento tem sido a grande bandeira já desde o sínodo do ano passado. Os participantes defenderam na altura, como defendeu este Sínodo, a necessidade de mudar a linguagem da Igreja, e torná-la mais positiva, não excluindo ninguém do seu seio.<br />
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No seu discurso, o Papa avisava que a Igreja não pertence apenas aos «justos e santos, mas é também pertença dos «pobres em espírito e dos pecadores a espera de perdão».
Durante estas três semanas, os participantes do Sínodo pediram que a Igreja tivesse uma linguagem mais «positiva», que não afastasse ninguém.<br />
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Esse é o primeiro passo do acolhimento, mas o Sínodo foi mais longe. «A Igreja deve formar os seus membros – sacerdotes, religiosos e leigos – na “arte do acompanhamento”, diz o documento, que reafirma a necessidade de se falar do «sacramento do matrimónio» que, «como união fiel e indissolúvel entre um homem e uma mulher chamados a acolherem-se reciprocamente e a acolherem a vida, é uma grande graça para a família humana».<br />
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Nunca deixando em vista este fim último, e tanto o Sínodo como o Papa foram bem claros na necessidade de reafirmar a Doutrina da Igreja sobre o casamento e a família, o relatório pede uma atenção especial a todas as situações irregulares.
O texto que vai ser agora entregue ao Papa refere que é missão dos padres «acompanhar as pessoas no caminho do discernimento segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo».<br />
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Na votação final, 178 dos 265 participantes que votaram (mais um voto do que os necessários para a maioria de dois terços), aprovaram o número 85, em que se apela a um «exame de consciência» das pessoas em causa sobre a forma como trataram os seus filhos ou como viveram a «crise conjugal».
O documento questiona ainda se houve «tentativas de reconciliação», qual a situação do «cônjuge abandonado» e quais as consequências da nova relação «sobre o resto da família e a comunidade dos fiéis». «Uma reflexão sincera pode reforçar a misericórdia de Deus, que não é negada a ninguém», diz o documento.<br />
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Este relatório não aborda diretamente a possibilidade de acesso aos sacramentos dos divorciados recasados, que é neste momento negada pela Igreja Católica. Sobre isso, os participantes apresentam critérios de reflexão, recordando que há «condicionamentos» que podem anular ou diminuir a responsabilidade de uma ação. «Por isso, mesmo apoiando uma norma geral, é necessário reconhecer que a responsabilidade em relação a determinadas ações ou decisões não é a mesma em todos os casos», e nesse sentido nem «as consequências dos atos realizados são necessariamente as mesmas em todos os casos», pelo que é essencial o «discernimento pastoral» que tem de acompanhar cada situação.<br />
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O texto cita o ensinamento de São João Paulo II na Familiaris Consortio: «Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações. Há, na realidade, diferença entre aqueles que sinceramente se esforçaram por salvar o primeiro matrimónio e foram injustamente abandonados e aqueles que por sua grave culpa destruíram um matrimónio canonicamente válido».
«Há ainda aqueles que contraíram uma segunda união em vista da educação dos filhos, e, às vezes, estão subjetivamente certos em consciência de que o precedente matrimónio irreparavelmente destruído nunca tinha sido válido», acrescentava o Papa polaco, na sua exortação apostólica sobre a família.<br />
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A grande novidade, que abre a porta ao acesso dos divorciados recasados aos sacramentos que lhes eram até aqui negados, surge no ponto 86 do relatório. «A conversa com o sacerdote, no foro interno, contribui para a formação de um julgamento correto sobre o que dificulta a possibilidade de uma mais plena participação na vida da Igreja e as medidas que podem promovê-la e fazê-la crescer», diz o relatório. A ideia de plena participação na Igreja inclui o acesso a sacramentos como a confissão e a comunhão, embora o documento não especifique claramente esta questão, deixando tudo na consciência do pecador e do sacerdote que o acompanha.<br />
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<b>Preparação para o matrimónio mais efetiva </b><br />
Outro dos pontos fortes do relatório é a necessidade de uma preparação para o matrimónio mais efetiva, exigente, longa no tempo e, acima de tudo, inserida na vivência da comunidade paroquial. «A pastoral dos noivos deve inserir-se no empenho geral da comunidade cristã de apresentarem de modo adequado e convincente a mensagem evangélica sobre a dignidade da pessoa, a sua liberdade e o respeito pelos seus direitos», refere o relatório.<br />
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Para além disso, o relatório sugere que os agentes pastorais locais promovam a «integração da família na comunidade paroquial, sobretudo na formação cristã em vista aos sacramentos». Para isso, alertam que é importante que os sacerdotes sejam formados, a partir do seminário, a serem «apóstolos da família». O texto conclusivo do Sínodo valoriza a dimensão familiar na preparação do clero e dos religiosos, defendendo em particular uma «maior presença feminina na formação sacerdotal».<br />
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Os bispos apresentam depois os primeiros anos de casamento como um «período vital e delicado» para os casais católicos, o que exige um «acompanhamento pastoral que continue após a celebração do sacramento», com o compromisso de todas as paróquias e a ajuda de «casais especialistas», associações ou movimentos.<br />
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A este respeito, recorda-se que as dificuldades em ter filhos podem levar «rapidamente» a uma separação, pelo que as comunidades católicas devem oferecer um «apoio afetuoso e discreto».
Aos padres é pedido também que acompanhem as famílias em situações de «emergência», provocadas por «casos de violência doméstica e de abusos sexuais».<br />
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<b>A Família na sociedade</b><br />
Grande parte dos 94 pontos postos a votação dizem respeito ao contexto sociocultural em que a família se vê envolvida na sociedade de hoje nas diversas partes do mundo, com os seus respetivos desafios. O Sínodo dos Bispos deixa uma mensagem de solidariedade às vítimas de violência doméstica e de maus-tratos, além de reafirmar «tolerância zero» para casos de abusos sexuais. «A prevenção e a resposta aos casos de violência familiar exigem uma colaboração estreita com a justiça para agir contra os responsáveis e proteger adequadamente as vítimas», refere o relatório final.<br />
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Os «grandes valores» do matrimónio e da família cristã como respostas aos anseios da humanidade num tempo de «individualismo» e «hedonismo». «A família baseada sobre o matrimónio do homem e da mulher é o lugar magnífico e insubstituível do amor pessoal que transmite a vida», refere o documento.
Partindo de uma análise do contexto cultural e religioso em que vivem as famílias, face a uma mudança «antropológica» em que surge o desafio da ideologia do género, que «nega a diferença e a reciprocidade natural do homem e da mulher», o relatório analisa em seguida as situações dos vários elementos dos agregados familiares, com atenção aos idosos e criança, aos viúvos e aos solteiros.<br />
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São apontados alguns «desafios particulares», como a poligamia, o casamento entre católicos e fiéis de outras confissões cristãs ou religiões, a secularização ou a «desconfiança» dos jovens em relação ao matrimónio, e a família é apresentada como o «porto seguro», a «célula fundamental» da sociedade numa época de fragmentação.<br />
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O relatório final do Sínodo dos Bispos contesta ainda as políticas e os sistemas económicos contrários às famílias, em particular as que vivem em situações de pobreza e exclusão. «A hegemonia crescente da lógica do mercado, que mortifica os espaços e os tempos de uma verdadeira vida familiar, concorre para agravar discriminações, pobrezas, exclusões e violência», alerta o documento.<br />
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Os participantes dirigem-se às autoridades políticas para exigir que estas se empenhem «seriamente» na defesa da família, um «bem social primário», com políticas que a «apoiem e encorajem». «A acumulação de riqueza nas mãos de poucos e o desvio de recursos destinados ao projeto familiar agravam a situação de pobreza de famílias em muitas regiões do mundo», adverte o relatório.<br />
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Depois de todo este debate, falta agora saber a vontade do Papa. Francisco pediu uma abertura da Igreja ao acolhimento, e o Sínodo embarcou nessa nova missão de acolher verdadeiramente a todos, sem não esquecer a doutrina ou a tradição da Igreja. O verdadeiro desafio começa agora.<br />
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<i>Texto: Ricardo Perna (com Octávio Carmo)</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-86348113512228886152015-10-24T20:43:00.002+01:002015-10-24T23:25:07.258+01:00«Deixámos tudo nas mãos, na cabeça e sobretudo no grande coração do Papa Francisco»<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ-RPOtRoIrIXxe_r4SnUdyLQ1F8FSRhDo9R7qzH_CXUVTqEQrNMhG4SFt8YYwBRGnz0iA0s_Ayv6uxs5r73yGrnRwNwyhCR3MLi9d_2n58eyuSmwYw8nfrnMHnmWYGv5CtRrbmAPc4Is/s1600/20151023_vaticano_sinodo_0526.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="465" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ-RPOtRoIrIXxe_r4SnUdyLQ1F8FSRhDo9R7qzH_CXUVTqEQrNMhG4SFt8YYwBRGnz0iA0s_Ayv6uxs5r73yGrnRwNwyhCR3MLi9d_2n58eyuSmwYw8nfrnMHnmWYGv5CtRrbmAPc4Is/s640/20151023_vaticano_sinodo_0526.jpg" width="640" /></a></div>
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D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa e um dos delegados da Conferência Episcopal Portuguesa, fez, em primeira mão para a Família Cristã e a Agência Ecclesia, um balanço deste Sínodo e do relatório acabado de aprovar. À saída da aula sinodal, o prelado mostrava-se muito «satisfeito» com o resultado dos trabalhos das últimas três semanas e com o consenso que foi possível alcançar na aula sinodal em relação a todos os pontos do relatório final.<br />
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<b>Satisfeito com o resultado destas três semanas de trabalho? </b><br />
Muito satisfeito. No complemento do que aconteceu o ano passado, os temas foram tratados com mais incidência na missão da família na Igreja e na sociedade, mas com muita serenidade. Eu estive nos dois sínodos e reparei nisso, como a generalidade dos meus colegas também repararam, sobretudo os que tinham estado o ano passado, porque, na primeira vez, alguns dos temas tratados aqui, a este nível, e numa assembleia com o Santo Padre, apareciam de forma meio inusitada, e causavam perplexidade e debates intensos e acalorados, por vezes. Desta vez foi tudo tratado com muita serenidade, quer no plenário, quer nos trabalhos de grupo. As questões já foram vistas com outra naturalidade, e isso deve-se muito à feliz ideia do Santo Padre de não ter querido resolver o assunto numa só assembleia sinodal, mas nestas duas fases. Isto começou com uma consulta ao povo de Deus, depois uma assembleia sinodal, os resultados da primeira assembleia voltaram às dioceses, depois voltaram aqui e foram aprofundados no sentido mais de projeção da realidade da família na sociedade e na igreja... toda esta sequência permitirá agora ao Santo Padre pegar nas reflexões e nos resultados, nas propostas desta assembleia, e ver que tratamento lhe há-de dar. Todos ficamos à espera que, como sucessor de Pedro, nos confirme na fé a nós e às famílias cristãs.<br />
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<b>Havia a ideia de que a assembleia estava dividida em muitos assuntos, e que não havia forma de resolver os problemas levantados... </b><br />
O burburinho que por aí houve não correspondia ao que se passou na aula sinodal, nem nos trabalhos de grupo, nem nas conversas de corredores, nada...
Este foi um exercício de sinodalidade, um caminho que se faz em conjunto, e que o Papa quer que se torne habitual na vida da Igreja a todos os níveis. Ainda agora foram os 50 anos do Sínodo dos Bispos e ele sublinhava muito este aspeto de caminharmos em conjunto nos diversos patamares da vida da Igreja, das famílias às comunidades, aos movimentos, às dioceses, as conferências episcopais, aqui em Roma... este tipo de vivência eclesial, que o Papa exprime como sinodalidade, vai ficar e de certa maneira vai transpor para a Igreja aquilo que é mais espontâneo nas famílias, onde todas as pessoas conversam frequentemente, partilham uma vida muito próxima e comum nas famílias, homens, mulheres, pais e filhos. Que isto se projete também na história da Igreja num exercício conjunto de vida e de procura é o que se espera.<br />
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<b>E a Família, como fica, depois deste Sínodo? </b><br />
Essa poderia ser a primeira nota a retirar, a família. Como o Papa disse no discurso final, não saímos daqui a dizer e a pensar “família” como quando esta reflexão começou. Com a ajuda das várias famílias aqui presentes, responsáveis de movimentos familiares leigos e leigas, e até um bebé que de vez em quando chorava na aula sinodal e nos lembrava a realidade familiar em todas as suas faces, enfim, com tudo isto, vamos muito mais enriquecidos para as igrejas que servimos nas nossas dioceses com uma reflexão conjunta e que sublinha o papel real da família na Igreja e na sociedade. E com uma consequência prática muito forte: se isto é assim, temos de dar muito mais importância às famílias, à preparação para o matrimónio, ao acompanhamento das famílias cristãs, mesmo aquelas que vivem em rutura, para vermos o que podemos consertar com a ajuda de todos.<br />
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<b>E naquelas em que já não é possível consertar nada? </b><br />
Naquelas em que já não seja possível recuperar a situação anterior, continuar a considerá-los, como são, nossos irmãos e irmãs, batizados que têm o seu lugar na comunidade cristã. O aspeto muitas vezes frisado de saber se acedem ou não à comunhão sacramental não foi demasiado frisado como foi o ano passado, porque a comunhão eclesial não passa necessariamente por aí, dada a ligação que esse aspeto tem a uma ordem de Cristo aqui citada muitas vezes, que foi «não separe o Homem aquilo que Deus uniu». É preciso ter uma atenção redobrada da parte da Igreja a saber se Deus uniu mesmo, ou seja, se foi válido aquele sacramento, e daí a importância do <i>Motu proprio</i> do Papa no mês passado, que fez com que nós encaremos, nas dioceses, de forma, não digo mais fácil, mas mais simplificada todos esses casos. Porque se realmente a família é assim tão importante, vamos dar-lhe a importância que ela tem, quer na preparação, quer no acompanhamento daqueles que já não vivem a família como a começaram dantes. Para todos uma atenção redobrada, porque o seu papel é indispensável para a Igreja e para a sociedade.<br />
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<b>O documento dá indicações claras às igrejas sobre como proceder perante as situações irregulares, e na necessidade do discernimento e de julgar caso a caso. Até onde pode ir essa distinção? Até à comunhão, em alguns casos? </b><br />
A comunhão sacramental tem a ver com a validade do vínculo, e saber se houve ou não houve, e a atenção a esse nexo é que fica aqui mais vincada e mais redobrada. Depois o acompanhamento caso a caso, quando o Sínodo falou nisso, é para verificar o que o Papa João Paulo II já disse há 30 anos na Familiaris Consortio. Temos de ter muita atenção porque os casos não são todos iguais, e às vezes uma expressão forte pode encobrir situações muito diversas. É o que estamos a fazer e o que vamos continuar a fazer.<br />
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<b>Mas pode chegar a permitir, em casos pontuais, o acesso à comunhão de alguns desses casais, em casos específicos, com um caminho penitencial próprio? </b><br />
Está sempre em ligação com o vínculo, de saber se houve ou não houve. Por isso, a atenção mais pessoal a cada caso pode permitir constatar se houve ou não houve vínculo. Muitas vezes constata-se que não houve vínculo matrimonial e abre-se a porta à comunhão.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkxw9E4g5N14wNjqPQqjBjteC8mXeh1C26FUBBWKRwDPVS7CO1YqlhFOiH294V54TuUcN5b1Y3h5B1H2fmG31FPZkB0vRBYjpvKaizBxm9mIrwO-kuXe01gXlVeNjaAeo4nZHikSf2nEE/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0269.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkxw9E4g5N14wNjqPQqjBjteC8mXeh1C26FUBBWKRwDPVS7CO1YqlhFOiH294V54TuUcN5b1Y3h5B1H2fmG31FPZkB0vRBYjpvKaizBxm9mIrwO-kuXe01gXlVeNjaAeo4nZHikSf2nEE/s640/20151022_vaticano_sinodo_0269.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>D. Manuel Clemente e D.Antonino Dias, os dois delegados da Conferência Episcopal Portuguesa ao Sínodo</i></td></tr>
</tbody></table>
<b><br /></b>
<b>Do relatório, o que destaca ser mais importante levar para a Igreja em Portugal? </b><br />
O novo protagonismo que a família cristã tem de ter na comunidade para depois se projetar na sociedade. A sociedade portuguesa, como a generalidade das cidades do chamado mundo ocidental, é muito individualizada. As pessoas já não vivem naqueles núcleos familiares garantidos e tradicionais, ou por procura de trabalho, ou porque nem as próprias casas permitem que lá vivam famílias grandes ou porque o ambiente não valoriza muito a constituição de famílias numerosas. É preciso reforçar o papel da família na vida da Igreja, para ela ser sinal, testemunho e fermento de um reforço da família na sociedade. As famílias cristãs são famílias da nossa sociedade. Reforçado o seu papel e a consciência do que valem, também depois isso pode e deve transferir-se para a sociedade no sentido de a tornar mais familiar, mais próxima, mais vizinha, mais solidária entre gerações, todos. Isso aprende-se na família e se queremos fazer uma sociedade humana temos de começar por aqui.
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<b>Algumas pessoas temiam um relatório pouco prático, em relação a diversas matérias. Sente que é um relatório que aponta caminhos práticos e concretos, onde o Papa se poderá basear para definir o papel da família na Igreja para os próximos tempos? </b><br />
Creio que sim, e foi isso mesmo que pedimos ao Papa. Com estas reflexões vindas dos grupos, que contêm sensibilidades que são distintas, conforme os continentes, as regiões e as culturas, pedimos que nos dê orientações mais concretas e mais práticas. Pediu-nos para refletir a nós e a toda a Igreja, que o fez com todos os milhares de respostas que aqui chegaram, pelo que agora deixámos isto tudo nas mãos, na cabeça e sobretudo no grande coração do Papa Francisco, e esperamos que nos diga como é que vai ser.
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<div style="text-align: right;">
<i>Texto e fotos: Ricardo Perna</i></div>
<br /></div>Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-86891548021538788132015-10-24T19:40:00.003+01:002015-10-24T20:14:51.528+01:00Papa encerra Sínodo afirmando que Igreja não existe para condenar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil0TaPeF7pY708oR2HI1SQ5WeYCxis4oUeVrtWABUhEek179tSqqjlQjGHPzUlOiTxXt6LZESi0WJAzLpz0jC70tl1SBH1Kndl5sepci6dtgJNjaYzaGIbZ_TsQc0c6JutCnLcAtB2Fig/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0323.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil0TaPeF7pY708oR2HI1SQ5WeYCxis4oUeVrtWABUhEek179tSqqjlQjGHPzUlOiTxXt6LZESi0WJAzLpz0jC70tl1SBH1Kndl5sepci6dtgJNjaYzaGIbZ_TsQc0c6JutCnLcAtB2Fig/s640/20151022_vaticano_sinodo_0323.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
O Papa encerrou hoje no Vaticano os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família e disse que as últimas três semanas abriram «novos horizontes» na vida da Igreja, que recusam uma linguagem condenatória». «Procuramos abrir os horizontes para superar qualquer hermenêutica conspiratória ou perspetiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível», declarou Francisco, numa intervenção à porta fechada, posteriormente publicada pela sala de imprensa da Santa Sé.<br />
<br />
Perante 265 participantes com direito a voto, entre eles D. Manuel Clemente e D. Antonino Dias, de Portugal, o Papa declarou que «o primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus». «A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão», precisou.<br />
<br />
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<br />
Francisco apresentou uma reflexão sobre o que deve significar para a Igreja «encerrar este Sínodo dedicado à família», que desde 2013 incluiu questionários às comunidades católicas, uma reunião extraordinária de bispos (2014) e a 14ª assembleia geral ordinária, que se conclui oficialmente este domingo, com a Missa na Basílica de São Pedro.<br />
<br />
O fim deste percurso, afirmou o Papa, não significa que se esgotaram todos os temas, mas que estes foram debatidos «à luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja», sem «cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse», «sem medo e sem esconder a cabeça na areia». «Seguramente não significa que encontrámos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família», admitiu.<br />
<br />
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Francisco falou da reunião de bispos e outros representantes das comunidades católicas como uma prova da «vitalidade da Igreja Católica», num «período histórico de desânimo e de crise social, económica, moral e de prevalecente negatividade». «Testemunhámos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem “endoutriná-lo” como pedras mortas para as jogar contra os outros», defendeu.
O Sínodo desafia a Igreja e a sociedade a compreender a importância da «instituição da família e do Matrimónio entre homem e mulher», fundado sobre «a unidade e a indissolubilidade».<br />
<br />
Francisco lamentou que alguns «corações fechados que, frequentemente, se escondem mesmo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas», e avisou que a Igreja não pertence apenas aos «justos e santos, mas é também pertença dos «pobres em espírito e dos pecadores a espera de perdão».<br />
<br />
Noutra passagem do <a href="http://press.vatican.va/content/salastampa/pt/bollettino/pubblico/2015/10/24/0817/01826.html#po" target="_blank">discurso</a>, o Papa critica os que se opuseram à dinâmica sinodal «com métodos não totalmente benévolos», sustentado que esta assembleia nunca quis entrar nas questões dogmáticas, «bem definidas pelo Magistério da Igreja».
Após três semanas de encontros com responsáveis de todo o mundo, o pontífice argentino recordou que aquilo que parece «normal» para um bispo de determinado continente pode ser «quase um escândalo» para outro.
«O desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas», disse ainda, advertindo para os perigos do relativismo ou de «demonizar os outros».<br />
<br />
Em conclusão, Francisco sustenta que, para a Igreja, encerrar o Sínodo significa «voltar realmente a “caminhar juntos” para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia de Deus».
<br />
<br />
O Sínodo termina amanhã, oficialmente, com a missa presidida pelo Papa na Basílica de S. Pedro.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Texto: Ricardo Perna/Octávio Carmo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
</div>
Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-2823256033526399992015-10-24T17:27:00.001+01:002015-10-24T17:27:19.672+01:00Sínodo 2015: Bispos alertam para crise humana no Médio Oriente e condenam tráfico de armas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
Os participantes no Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano publicaram hoje uma declaração de apoio às populações vítimas da guerra no Médio Oriente e outras regiões, condenando o tráfico de armas. «As nossas vozes unem-se ao grito de tantos inocentes: basta de violência, basta de terrorismo, basta de destruição, basta de perseguições! Que cessem imediatamente as hostilidades e o tráfico de armas», assinala o texto, distribuído aos jornalistas pela sala de imprensa da Santa Sé.<br />
<br />
Os participantes na assembleia sinodal denunciam o uso de armas de destruição em massa, assassinatos «indiscriminados», decapitações, raptos, tráfico de mulheres, perseguições religiosas e étnicas, bem como a destruição de lugares de culto e de património cultural. «Atrocidades incontáveis obrigaram milhares de famílias a fugir das suas próprias casas e a procurar refúgio noutro lugar, muitas vezes em condições de extrema precariedade», pode ler-se.
A declaração sustenta que a paz no Médio Oriente não vai chegar de «escolhas impostas pela força», mas de «decisões políticas que respeitem as particularidades culturais e religiosas» de cada país.<br />
<br />
O documento apresenta uma palavra de agradecimento aos países que estão a acolher refugiados do Médio Oriente, ajudando pessoas que há vários anos são «vítimas de atrocidades indescritíveis». «Estamos convencidos de que a paz é possível e de que é possível parar a violência que na Síria, no Iraque, em Jerusalém e em toda a Terra Santa atinge todos os dias cada vez mais famílias e civis inocentes e agrava a crise humana», referem os participantes no Sínodo.
Neste contexto «dramático» há violações «contínuas» dos princípios fundamentais da dignidade humana e dos direitos humanos, como a liberdade religiosa.<br />
<br />
Os signatários pedem a «libertação de todas as pessoas sequestradas» nestas guerras, alargando a sua preocupação a outras partes do mundo, em especial a África e a Ucrânia.
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Texto: Octávio Carmo (Agência Ecclesia)</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Foto: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-59101759253781510572015-10-24T14:45:00.000+01:002015-10-24T14:45:00.329+01:00Família: Relatório final propõe prática do «Discernimento» nas comunidades<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnMqouEewotJQGyzqsWqoX89rB3po1hgjT0daobPLcTdTEwcndTp_sKK2dZNj0MRM3sZZerSNZU9jyzXAMWQPl89gR1k1iLO6iYFZvZ-_Aqs6GP26zoz6h_MphzQzZIlXShkYR77I6s3M/s1600/20151024_vaticano_sinodo_1203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnMqouEewotJQGyzqsWqoX89rB3po1hgjT0daobPLcTdTEwcndTp_sKK2dZNj0MRM3sZZerSNZU9jyzXAMWQPl89gR1k1iLO6iYFZvZ-_Aqs6GP26zoz6h_MphzQzZIlXShkYR77I6s3M/s640/20151024_vaticano_sinodo_1203.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
O cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, disse hoje no Vaticano que o Sínodo dos Bispos sobre a família propõe critérios de «discernimento» sobre situações como as dos divorciados em segunda união.
Em conferência de imprensa, o presidente da Conferência Episcopal da Áustria referiu que o relatório final da assembleia, com votação marcada para esta tarde, «dá critérios não só para a questão do acesso aos Sacramentos mas para o acompanhamento de situações que o Catecismo chama irregulares».<br />
<br />
Especificamente sobre os divorciados que voltaram a casar civilmente, os participantes falaram com «com grande atenção», sem tocar a questão do acesso à Comunhão de forma «direta», mas com «a palavra chave discernimento». «Não há preto e branco, sim ou não», acrescentou.
Esta apresentação traz «critérios fundamentais» para o «discernimento das situações» que são em muitos casos «tremendamente diferentes», sem as «julgar». «A própria palavra do Papa João Paulo II na <i>Familiaris Consortio</i>, diz que é obrigatório procurar a verdade e pede que os pastores exerçam o discernimento, porque as situações são diversas. Nisto, o Papa Francisco, como bom jesuíta que é, quer que este discernimento permita perceber a situação de cada pessoa», referiu o cardeal.<br />
<br />
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O cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente-delegado do Sínodo 2015, também confirmou aos jornalistas esta preocupação com o «discernimento», porque «cada situação é muito própria, muito concreta». «A dimensão da ternura e da misericórdia está no documento final. A preocupação é integrar as pessoas na comunidade eclesial, seja qual for a sua situação. Uma atenção muito especial pelas famílias em situações difíceis: migrações, pobreza extrema, a violência familiar, o problema dos meninos de rua, os divorciados recasados e tantas outras situações que encontramos nas famílias no mundo. A igreja quer estar próxima dessas famílias, muito atenta», refere o cardeal, acrescentando que, depois, é preciso discernir sobre as diferentes situações.<br />
<br />
«Dentro desta integração, dá-se um processo de discernimento de cada situação, muito própria, muito concreta, para que as famílias possam participar nos mais diferentes âmbitos da paróquia. Isto faz com que possamos acompanhar melhor as situações de cada família, e fazer um discernimento que pode levar a uma comunhão plena com a Igreja», não especificando se esta comunhão plena seria possível de alcançar também pelos que estão divorciados recasados, apesar de os ter incluido no grupo daqueles que deverão ser acolhidos pela Igreja. <br />
<br />
Para D. Christoph Schönborn, o essencial deste processo é o «grande sim à família» que foi dado pela Igreja Católica, após ter debatido o tema durante dois anos, «um facto notável para o nosso tempo». «O êxito deste Sínodo para mim é um grande sim à família, que não é um modelo ultrapassado», insistiu. «Toda uma biblioteca de livros foi publicada» sobre a família
e a teologia, acrescentou o cardeal.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<br />
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Ainda em relação ao relatório final, um «documento de consenso», D. Christoph Schönborn adiantou que não haverá «muito sobre a homossexualidade neste documento», admitindo que «alguns ficarão desiludidos».
O tema é «abordado sobre o aspeto da família, em que se faz a experiência de ter um familiar que é homossexual».
O arcebispo de Viena realçou que este é um «tema demasiado delicado» para alguns «contextos culturais» e que, para a Igreja, a definição da família é «muito clara», exigindo a relação «homem e mulher», «fiel» e «aberta à vida».
Esta definição não exclui «situações de recomposição familiar», mas permanece sempre como o «núcleo» do ensinamento católico.<br />
<br />
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (Brasil), elogiou a metodologia «diferente» desta assembleia sinodal, em que se deu muita importância aos trabalhos de grupo, com participação «muito maior» de todos, ajudando a encontrar o maior consenso possível.
O mesmo responsável precisou, por outro lado, que a «descentralização» na experiência da vida da Igreja, sobretudo na América Latina, não significou, de forma alguma, «nacionalizar ou continentalizar» a Igreja Católica.<br />
<br />
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<div class="MsoNormal">
O Cardeal Schönborn concordou. «A nova metodologia é uma das grandes novidades deste sínodo.
Sentimo-nos bem no final, em grande parte graças à nova metodologia,
porque permite a todos exprimirem-se com calma. Nestes 50
anos de sínodo, é um verdadeiro progresso», concluiu.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A votação do documento final será esta tarde, após a qual o Papa Francisco irá concluir os trabalhos com uma mensagem.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i>Texto: Ricardo Perna/Octávio Carmo</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-17412403728280303152015-10-23T17:59:00.000+01:002015-10-23T17:59:15.940+01:00«O Estado Islâmico não é forte, só tem força por causa da nossa fraqueza»<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrO-ziZk10Udx07Dd8r21XFbg-m08AtR7Rqp8eBAmV7BKBXxs7jkLUyGX8VIMcJCYcvX2iZ2MG0cJ06LCqdT1ouifc60oBNcK2sXNPQatx25Wq_pPAOoPpslGFT0W7Xv51Y8t5yzMFdiU/s1600/20151023_vaticano_sinodo_0706.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrO-ziZk10Udx07Dd8r21XFbg-m08AtR7Rqp8eBAmV7BKBXxs7jkLUyGX8VIMcJCYcvX2iZ2MG0cJ06LCqdT1ouifc60oBNcK2sXNPQatx25Wq_pPAOoPpslGFT0W7Xv51Y8t5yzMFdiU/s640/20151023_vaticano_sinodo_0706.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
O patriarca sírio Gregório III Laham, líder greco-melquita de Antioquia, considera importante que haja «voz única em favor da justiça, da paz, da amizade», que possa ajudar a resolver os conflitos no Médio Oriente. «Um dia são os norte-americanos que combatem, no outro são os russos, é inútil. O Estado Islâmico não é forte, só tem força por causa da nossa fraqueza. Não são as bombas que o vão destruir, nem as armas dos russos ou dos americanos, mas uma aliança internacional, com força moral para combater esta ideologia», considerou o patriarca, em declarações à Família Cristã, no final dos trabalhos desta manhã no Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano.<br />
<br />
O prelado sírio considera que «a primeira chave para a paz no Médio Oriente e no mundo inteiro é, verdadeiramente, uma solução consensual, com uma aliança internacional que resolva a crise na Síria, a guerra», mas não esqueceu a questão israelo-palestiniana. «Um segundo ponto é a justiça para os palestinianos, a solução do conflito israelo-palestino», considerou.<br />
<br />
Gregório III diz que «não é possível, é injusto que haja colonatos judaicos na Cisjordânia», e que o problema reside na «incapacidade» da comunidade internacional. «O problema de todo este mal-estar é a incapacidade da comunidade internacional», acusa.<br />
<br />
A sala de imprensa informou hoje que o Sínodo dos Bispos irá publicar uma nota sobre os cristão no Médio Oriente, até porque «hoje», diz o prelado, «é preciso insistir sobre a importância do Médio Oriente para o futuro de todo o mundo». «Estamos muito reconhecidos por termos conseguido obter uma declaração do Sínodo em favor dos cristãos no Médio Oriente», disse.<br />
<br />
Neste seguimento, Gregório III pede que haja «uma voz comum da Igreja, com um documento do Papa que seja assinado também pelo patriarca ortodoxo (Bartolomeu I), pelos anglicanos, pelos luteranos, pelo Conselho Ecuménico das Igrejas». «Esta voz una da Igreja tem de ser enviada aos responsáveis do mundo inteiro, para que haja uma voz comum política», considera.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
O problema dos milhares de refugiados que continuam a chegar à costa europeia merece uma atenção especial por parte do patriarca sírio, que considera que é um problema com consequências graves para a Europa e para o Médio Oriente. «É um problema duplamente grave para nós, porque perdemos os nossos médicos, os nossos professores, os nossos académicos que são equilibrados, abertos, cristãos e muçulmanos», e para a Europa, que «não está preparada para este tsunami da presença não-europeia, de cristãos que precisam de atenção pastoral, e de muçulmanos que querem preencher o vazio do laicismo».<br />
<br />
Isto pode, no entender do Patriarca Gregório III, «provocar islamofobia e também cristianofobia, o que levará a um choque de civilizações», avisa o prelado.
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Texto: Ricardo Perna/Octávio Carmo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-54749624814896663982015-10-23T14:04:00.000+01:002015-10-23T14:19:41.023+01:00Sínodo pode ser o «início de uma nova Igreja»<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdHInuTPD1j8C6kK9OVDuQOen8gy-xRnzfkaWjpTx9_LbY1oGl8Ln7bkJOu_PKCDUgn63xKjIiMq4n5hXH87-PUGqQw2BxaBiJYa7GDy4-rgvESCmv_NhRlWwSiGydk2oMIwL8g1XSSOA/s1600/20151023_vaticano_sinodo_0756.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdHInuTPD1j8C6kK9OVDuQOen8gy-xRnzfkaWjpTx9_LbY1oGl8Ln7bkJOu_PKCDUgn63xKjIiMq4n5hXH87-PUGqQw2BxaBiJYa7GDy4-rgvESCmv_NhRlWwSiGydk2oMIwL8g1XSSOA/s640/20151023_vaticano_sinodo_0756.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
O relatório final do Sínodo dos Bispos, que vai ser votado este sábado, é visto como um documento conciliador que congrega as várias visões da assembleia para as apresentar ao Papa, propondo uma nova relação Igreja-Família.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, foram feitas 1.355 propostas de alteração ao <i>Instrumentum Laboris</i>, ao longo das três semanas de encontro, num esforço que foi recebido com «satisfação» pela assembleia.<br />
<br />
O responsável disse em conferência de imprensa que as reações gerais em relação ao texto proposto vão no sentido de o considerar «muito satisfatório» e mais «organizado».
O cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (Santa Sé), disse aos jornalistas que faltam «pequenos detalhes» para que o documento, com votação marcada para a tarde de sábado, seja algo com que «todos possam concordar».<br />
<br />
D. Luc Van Looy, bispo de Gent (Bélgica), falou num Sínodo «pastoral», que se preocupou com as famílias a partir de três palavras-chave: «Escuta, acompanhamento e integração». «Se a Igreja fosse isto, o Sínodo, teríamos o fim do julgar as pessoas, de uma Igreja que julga em todas as situações, antes uma Igreja acolhe, que caminha com, que escuta, que fala com clareza» e com «ternura» sobre todas as situações da família, precisou. «Poderia ser o início de uma nova Igreja», prosseguiu.<br />
<br />
O cardeal Peter Turkson falou de um «Sínodo emblemático» na vida da Igreja e considerou natural que haja «pontos de vista diferentes» quando se discute «uma instituição humana básica», que é a família.
O prelado ganês rejeitou, por outro lado, que a homossexualidade seja vista como um «tabu» pelos prelados africanos, face ao que acontece em países islâmicos ou na Rússia.
A esse respeito, pediu «tempo de crescimento» para os países que têm «dificuldade» na compreensão desta realidade, sublinhando que entre 1971 e 1975 estudou nos EUA, numa altura em que os livros de psicologia apresentavam a homossexualidade como uma «anormalidade», algo que mudou. «Encorajamos os nossos a não criminalizar este fenómeno e pedimos aos outros que não vitimem as pessoas que têm problemas com esta situação», prosseguiu.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
O cardeal Cyprien Lacroix, arcebispo do Quebeque (Canadá), elogiou por sua vez a experiência de universalidade, de «escutar todos», com partilha de testemunhos das várias famílias no Sínodo. «Volto a casa com muito mais esperança do quando cheguei», confessou.
O cardeal canadiano rejeitou a ideia de «receitas milagrosas» para todos os problemas, sublinhando a importância do «acompanhamento» das famílias pela Igreja.<br />
<br />
No dia em que foi anunciado que o Sínodo dos Bispos vai aprovar uma declaração sobre as famílias do Médio Oriente, D. Luc Van Looy mostrou-se preocupado com os refugiados e deslocados que chegam à sua diocese, recordando ainda «as famílias que estão nos campos de refugiados». «Como se vive a vida familiar nestas situações?», questionou.
<br />
<br />
<b>Um Sínodo à sul-americana</b><br />
A manhã no Sínodo foi mais longa que o normal neste Sínodo. Os trabalhos terminaram mais tarde que o habitual, e havia semblantes carregados à saída da aula sinodal. Apesar disso, em declarações à Família Cristã e à Ecclesia, o arcebispo de Mérida, na Venezuela, D. Baltazar Porras, dizia que estamos «no momento mais belo do relatório final». «O projeto reflete bem o que se passou dentro da aula sinodal. A partilha dos diversos pontos de vista é o que podemos oferecer ao Papa e ao mundo, e é uma porta que se abre para lidar com muitas situações complicadas com que a família se depara», declarou.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Após elogiar a presença «fraterna e próxima» do Papa nos trabalhos sinodais, D. Baltazar Porras espera que a votação de amanhã, sábado, possa ser «unânime». «As convergências são mais do que as divergências, porque o espírito que tem estado esta semana é a preocupação pastoral e a experiência que, vindos de todas as partes do mundo, trazemos para aqui», afirmou.<br />
<br />
Neste sentido, elogia também a metodologia trazida para o Sínodo pelo Papa, uma metodologia sul-americana. «O método deste Sínodo é muito mais parecido com a forma como trabalhamos na América Latina, e essa é marca do Papa Francisco, porque ele foi relator principal na Aparecida [5ª Conferência do Episcopado Latino-americano de 2007] e sempre teve este espírito de abertura, respeito uns pelos outros e podermos falar com liberdade. Isso percebemos estes dias», disse.<br />
<br />
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<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Texto: Ricardo Perna/Octávio Carmo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
<br />
<br /></div>
Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-36509381761691743452015-10-22T16:01:00.001+01:002015-10-22T18:04:06.506+01:00Papa cria Congregação para a Família, Leigos e Vida<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiazZ4MQQmhhFE_JHyeQwE6DWnsW5DrQviITVwnenv25JnzhMHHTaBZdnZakeWfTxDbgg2ZucfCLW84HeZTzg_k9BqBnrQXIWQFQP7_SRn2nUuC3t2phNlkuVHqTy_ESD_4ubygVE2wFvs/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0339.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="472" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiazZ4MQQmhhFE_JHyeQwE6DWnsW5DrQviITVwnenv25JnzhMHHTaBZdnZakeWfTxDbgg2ZucfCLW84HeZTzg_k9BqBnrQXIWQFQP7_SRn2nUuC3t2phNlkuVHqTy_ESD_4ubygVE2wFvs/s640/20151022_vaticano_sinodo_0339.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
O Papa Francisco acaba de anunciar, no início dos trabalhos da tarde das congregações gerais do Sínodo dos Bispos, a criação de uma congregação novo na Cúria Romana. Este organismo da Santa Sé vai substituir o Conselho Pontifício para a Família, o Conselho Pontifício para os Leigos e a Academia Pontifícia para a Vida, que não será absorvida, mas ficará dependente do novo organismo, e visa dar mais importância às questões da família dentro do governo central da Igreja Católica.<br />
<br />
O anúncio foi feito logo após a oração que marca o início dos trabalhos, e vem na sequência de uma proposta feita pelo Conselho de Cardeais em setembro. O Papa anunciou ainda a criação de uma comissão para redigir os estatutos da nova Congregação.<br />
<br />
À saída da aula sinodal, D. Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, um dos organismos que irá ser fundido na nova Congregação, mostrou-se «muito satisfeito» com a notícia, em declarações à Família Cristã. «Era uma notícia que já esperávamos, mas que nos deixa a todos muito satisfeitos», afirmou.<br />
<br />
Em Portugal os leigos e a família já estavam unidos numa só Comissão Episcopal do Laicado e Família, criada em 2005 e que é presidida atualmente pelo bispo de Portalegre e Castelo Branco, D. Antonino Dias, um dos delegados da Conferência Episcopal Portuguesa no Sínodo que está a decorrer em Roma.<br />
<br />
Os trabalhos desta tarde ficam também marcados pela entrega do relatório final aos participantes com direito a voto no Sínodo. Estes deverão fazer amanhã, sexta-feira, as suas propostas da alteração aos pontos do relatório, e proceder à votação, ponto por ponto, no sábado à tarde.<br />
<br />
<i>(notícia atualizada às 17h42 com as declarações de D. Vincenzo Paglia e com a informação sobre os trabalhos da parte da tarde)</i><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Texto: Ricardo Perna</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Foto: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-15001637384269040702015-10-22T14:09:00.000+01:002015-10-22T14:14:33.365+01:00Relatório final do Sínodo vai ser apresentado hoje aos participantes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFWyfI3iVPmKOWslu3WaUF__TsvV5I2B8y6wH1MRfUKI9H1Wfotpzu2wg_8LcEsNUuStmm-y8PMnmjs_s8C3vWiUv8HMU4NikvehvN8rypbS2CYmnqNXR8PIZyXYpzWZlOqsBsZdAXAcg/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0040.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFWyfI3iVPmKOWslu3WaUF__TsvV5I2B8y6wH1MRfUKI9H1Wfotpzu2wg_8LcEsNUuStmm-y8PMnmjs_s8C3vWiUv8HMU4NikvehvN8rypbS2CYmnqNXR8PIZyXYpzWZlOqsBsZdAXAcg/s640/20151022_vaticano_sinodo_0040.jpg" width="640" /></a></div>
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O relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a família está pronto e vai começar hoje a ser debatido pela assembleia, anunciou o cardeal Oswald Gracias, um dos responsáveis pela elaboração do texto. «Estou muito confiante, tenho uma ideia muito clara de que temos – há muitas opiniões – fazer um texto que expresse as preocupações de todos e dê orientações pastorais que sejam aceitáveis para todos», disse o presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas e arcebispo de Bombaim (Índia), em conferência de imprensa.<br />
<br />
O responsável revelou que a comissão responsável pelo relatório, com dez elementos, recebeu uma visita breve do Papa, para «agradecer pelo trabalho», encorajar os participantes e fazer uma referência à «importância da família e da Bíblia». «A doutrina, naturalmente, não será mudada», sustentou o cardeal Gracias, após revelar que existiram 700 a 800 propostas de alterações dos grupos de trabalho, em cinco línguas, e o prelado foi avisando que o relatório final não deverá conter questões muito específicas, antes dar «indicações gerais» sobre os caminhos a seguir. «Acho que ainda não encontrámos soluções... mas pelo menos já começámos a falar dos problemas», disse o cardeal.<br />
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Apesar dos relatórios intermédios terem citado a Familiaris Consortio, o documento de 1984 elaborado por João Paulo II sobre a família, D. Oswald Gracias (na foto) considera que os 30 anos que separam o documento da atualidade levantam «novos desafios» que é preciso enfrentar. «O mundo mudou, os desafios são novos. Não esperamos que o texto seja o mesmo de há 30 anos, mas acho que será referido o documento. A ideia do Sínodo é como enfrentamos os problemas de hoje, mantendo a doutrina e a fé», afirmou.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidoiiOPK7euzvwLg5g7B7M82IM40cgsMwoUWwa2GC_yvywAv8vpjSjxLGsMo2Uf-5re8rf7Rw8UNPJ4QmamyoPEgqhI9uWuuSQFCf7kSkIGkKHhpRe-zeSbpKBMDyqRjQRKeUt4vsXe38/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0037.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidoiiOPK7euzvwLg5g7B7M82IM40cgsMwoUWwa2GC_yvywAv8vpjSjxLGsMo2Uf-5re8rf7Rw8UNPJ4QmamyoPEgqhI9uWuuSQFCf7kSkIGkKHhpRe-zeSbpKBMDyqRjQRKeUt4vsXe38/s400/20151022_vaticano_sinodo_0037.jpg" width="266" /></a></div>
O esforço de organização e redação do relatório final ultrapassou o tempo estabelecido, pelo que foi preciso acrescentar uma manhã de trabalho sobre as emendas.
O texto, que é apresentado esta tarde aos participantes, procurou captar «qual era o sentido da assembleia», para tentar apresentar uma visão «equilibrada», sem querer propor «todas as respostas». «Este Sínodo não está a fazer doutrina, mas procura uma aproximação pastoral», com um discurso mais geral, acrescentou o cardeal indiano.
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Para já, o relatório final tem menos de 100 parágrafos que os participantes vão discutir também na manhã de sexta-feira, antes de serem votados um a um numa votação global do texto, este sábado. «Ainda estamos no caminho da busca», acrescentou o responsável.
Segundo D. Oswald Gracias, o Sínodo tem debatido a necessidade de «descentralização», para enfrentar temas específicos, situações particulares, embora a Igreja «seja una». «As conferências episcopais podem estudar as questões» para encontrar «soluções pastorais», precisou.<br />
<br />
O encontro com os jornalistas contou ainda com a presença de D. José H. Gómez, arcebispo de Los Angeles (EUA), o qual admitiu que gostaria de ver mais desenvolvidos temas como «imigração», a «educação» ou a situação dos «indocumentados».
Para o prelado, há necessidade de aprofundar as propostas de «espiritualidade», para que o Sínodo ajude as famílias a encontrar novas maneiras de serem «membros ativos da Igreja».<br />
<br />
D. Soane Patita Paini Mafi, de Tonga, o mais jovem membro do Colégio Cardinalício, falou dos desafios que se colocam aos «valores tradicionais familiares» face um período de transição, de globalização, com os desafios do «individualismo» e das «migrações».<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqCE_wcHzP8c1t9zKLzI06lw0tsM7FNCbPjRUITxdXAk5Lx3uRQvFTfxFBq66bKVWwiSvKYdEF3JriYA3POUz1Tf0r6ycBpQuWCLDBMys3Y14irKSxwk16cflMpj9v56-gVUdF2BKDP64/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0045.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqCE_wcHzP8c1t9zKLzI06lw0tsM7FNCbPjRUITxdXAk5Lx3uRQvFTfxFBq66bKVWwiSvKYdEF3JriYA3POUz1Tf0r6ycBpQuWCLDBMys3Y14irKSxwk16cflMpj9v56-gVUdF2BKDP64/s640/20151022_vaticano_sinodo_0045.jpg" width="640" /></a></div>
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<i>Texto: Ricardo Perna (com Octávio Carmo, Agência Ecclesia)</i></div>
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<i>Fotos: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-55892706708807368652015-10-22T10:58:00.001+01:002015-10-22T10:58:09.580+01:00Sínodo 2015: Quase 2 milhões de visualizações no twitter da sala de imprensa da Santa Sé<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8V50uLkUbI2oStymO__vxOavPQd4sHypxU_7jP4Aqmqb9HWDJLp7XUjR3JvCPlWeP5IvTlxqpB6UZA6iigBr-iYpJeskYkUe8OAvBeXGXqe2dI0b9hyphenhyphenRFAtQj2cB6NsehSEeM6rjOX7k/s1600/Captura+de+tela+2015-10-22+11.25.00.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8V50uLkUbI2oStymO__vxOavPQd4sHypxU_7jP4Aqmqb9HWDJLp7XUjR3JvCPlWeP5IvTlxqpB6UZA6iigBr-iYpJeskYkUe8OAvBeXGXqe2dI0b9hyphenhyphenRFAtQj2cB6NsehSEeM6rjOX7k/s640/Captura+de+tela+2015-10-22+11.25.00.jpg" width="640" /></a></div>
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A sala de imprensa da Santa Sé obteve quase 2 milhões de visualizações nas mensagens com que acompanha os trabalhos do Sínodo dos Bispos na rede social Twitter, em várias línguas.<br />
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A conta @HolySeePress enviou 1612 ‘tweets’ durante as emissões em direto das conferências de imprensa e outros eventos da assembleia sinodal acompanhados em direto.
Entre os dias 2 e 18 de outubro, a conta cresceu em 1184 seguidores, contrando com 6329 repetições de mensagens (retweets) e mais de 2500 ligações para o canal synod15.vatican.va.<br />
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Os visitantes da conta são oriundos sobretudo dos Estados Unidos da América (29%) e da Itália (21%).<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXdhJnPQ6tmVZCKtbRwaX5y61Zp0WhDTKWhcNZXaTuYmyPTozuC4SZYL11BET8c75_LxENxuajEX03WdscK6CeFlshuYsc5or7WSj9ld0bmsb5up-Mcg-A517cISUGJYWeeOdkhPksZEk/s1600/20151022_vaticano_sinodo_0007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXdhJnPQ6tmVZCKtbRwaX5y61Zp0WhDTKWhcNZXaTuYmyPTozuC4SZYL11BET8c75_LxENxuajEX03WdscK6CeFlshuYsc5or7WSj9ld0bmsb5up-Mcg-A517cISUGJYWeeOdkhPksZEk/s640/20151022_vaticano_sinodo_0007.jpg" width="640" /></a></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-55411693213013109192015-10-20T16:40:00.002+01:002015-10-20T16:40:52.216+01:00Preparação para o Matrimónio vai ser «chave» deste Sínodo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk7fNvwAi1q6ZFiiGBLo3wONdjJER0j33oUGjFTD03vKqUUIuccHQzXGeuK5zRuznzo9ndUxFYKyMP4427BsvsnhCQr3ZPDPwxENPp97sCh3SvXcrT_MnLLuMr2eXumoXIq2VOnMKpWW0/s1600/crwyolsweaqbpon.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk7fNvwAi1q6ZFiiGBLo3wONdjJER0j33oUGjFTD03vKqUUIuccHQzXGeuK5zRuznzo9ndUxFYKyMP4427BsvsnhCQr3ZPDPwxENPp97sCh3SvXcrT_MnLLuMr2eXumoXIq2VOnMKpWW0/s400/crwyolsweaqbpon.jpg" width="400" /></a></div>
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O cardeal Wilfrid Napier, arcebispo de Durban (África do Sul) e presidente-delegado do Sínodo dos Bispos, apontou hoje a preparação para o Matrimónio como uma das “chaves” das propostas que a assembleia vai fazer ao Papa, este sábado.
Segundo este responsável, as propostas dos participantes visam promover “um processo durante o qual um jovem tem a oportunidade de identificar a sua vocação”.
A esta preocupação, soma-se a do acompanhamento “pós-matrimonial”, em particular nos primeiros anos de casamento, contando com a ajuda de católicos que possam “adotar um jovem casal” e ajudá-los a superar as dificuldades.<br />
<br />
O cardeal sul-africano elogiou a “fidelidade à doutrina” que guiou os trabalhos e falou num sentimento de “otimismo”, estimulado também pela liderança do Papa.
Segundo D. Wilfrid Napier, Francisco atendeu às preocupações que foram manifestadas desde a reunião extraordinária do último ano, incluindo na carta dos 13 cardeais, no início desta assembleia geral ordinária.
O responsável voltou hoje a referir que os trabalhos estavam a ser “levados numa certa direção” em 2014, o que desapareceu este ano, dado que foi possível “trabalhar juntos nos vários temas, como uma equipa”.
A reflexão em curso, acrescentou, faz “parte do processo que começou no Conclave de 2013, quando os cardeais sublinhavam a necessidade de reforma da Igreja”, que exige os “bons fundamentos” da família.<br />
<br />
Durante a conferência de imprensa promovida pela Santa Sé, para abordar o andamento dos trabalhos sinodais, foram apresentadas várias observações sobre a reforma dos processos de nulidade matrimonial.
O cardeal Lluís Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona (Espanha) e perito em Direito Canónico, entende que a reforma promovida pelo Papa “harmoniza plenamente a fidelidade à indissolubilidade e a misericórdia da Igreja”, porque “agiliza o processo”, “soluciona muitos problemas de consciência” e permite que estas pessoas possam “refazer a sua vida”.
O chamado processo “breve” passará sempre para o processo ordinário caso não seja possível chegar à verdade “objetiva e imediata”.<br />
<br />
Qualquer separação tem “muitas consequências negativas”, sublinhou o cardeal Lluís Martínez Sistach, para quem este Sínodo colocou em relevo aspetos “muito importantes”, como a finalidade do Matrimónio, a fim de “evitar separações”.
A este respeito, também o arcebispo de Barcelona insistiu na preparação “remota” para o casamento, desde a adolescência, bem como a preparação “próxima e imediata”, que muitas vezes se confronta com a falta de “formação religiosa” e o afastamento da Igreja, por parte dos noivos.<br />
<br />
O cardeal Alberto Suárez Inda, arcebispo de Morelia (México), assumiu por sua vez que os bispos têm uma “maior responsabilidade” por assumirem um papel de “juízes misericordiosos”.
O encontro com os jornalistas abordou outras questões específicas, como as migrações ou a coabitação antes do matrimónio, que no caso africano pode resultar de dificuldades ligadas ao “dote”.
“Que este Sínodo dê uma grande ênfase às Igrejas locais, para que estas assegurem que há cada vez mais casamentos muito bons”, com o ensinamento sobre o Sacramento e o que a Igreja espera do Matrimónio, pediu o cardeal Wilfrid Napier.
Este responsável concluiu a sua intervenção com uma consideração sobre a falta de dimensão "profética" numa assembleia mais centrada na atenção "pastoral".<br />
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<i>Texto: Agência Ecclesia</i></div>
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<i>Foto: <complete id="goog_631680893">@holyseepress</complete> </i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-44184734049137729882015-10-19T10:15:00.000+01:002015-10-20T10:46:51.846+01:00D. Antonino Dias rejeita «gigantescas e insuperáveis divisões» no Sínodo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5QL0exmBN_tWC49CiE9pSpycJORmkoXa9xfkWMWj4C3TsA8Y45M6jfngmWmArVngL_n5G1Bsugqw6ggmXK3MpTQLXZKLBLLhkfqHG0mtCwNMI5CcTlTzdaBXOdF5rUIu2W8amh7hitDA/s1600/20121019_jornadas_pastoral_familiar_0008.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5QL0exmBN_tWC49CiE9pSpycJORmkoXa9xfkWMWj4C3TsA8Y45M6jfngmWmArVngL_n5G1Bsugqw6ggmXK3MpTQLXZKLBLLhkfqHG0mtCwNMI5CcTlTzdaBXOdF5rUIu2W8amh7hitDA/s640/20121019_jornadas_pastoral_familiar_0008.jpg" width="640" /></a></div>
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O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família da Igreja Católica em Portugal, D. Antonino Dias, rejeitou um cenário de confronto no Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano, falando em “responsabilidade e seriedade” nos trabalhos.
“Não [é] o Sínodo de que alguma comunicação social fala, insinuando gigantescas e insuperáveis divisões entre os participantes. Esse, de facto, não é este Sínodo: aqui decorre o Sínodo que foi convocado pelo Santo Padre e no qual a Igreja inteira teve a possibilidade de participar”, escreve o bispo de Portalegre-Castelo Branco na sua mais recente reflexão sobre a assembleia, partilhada através das redes sociais.<br />
<br />
O prelado é um dois delegados da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) na 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, juntamente com D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa.
Para D. Antonino Dias, a ausência de “diferenças e divergências” seria algo negativo, dado que “as culturas são diferentes e diferentes são as experiências de vida de cada continente, de cada país e até de cada Igreja Diocesana”.
“E mesmo que os fusíveis pudessem, de quando em vez, aquecer um pouco mais, não seria tendo em visto o receio de perder ou a vontade de ganhar. Tudo é colocado em cima da mesa com a única intenção de buscar a verdade e defender o primeiro e mais precioso património da humanidade: a família”, acrescentou.<br />
<br />
Na conferência de imprensa de hoje, D. Mark Coleridge, arcebispo de Brisbane (Austrália), disse aos jornalistas que o trabalha “não acaba” no domingo, dia final deste assembleia sinodal, sublinhando que não existe fundamento para esperar qualquer mudança “no ensinamento da Igreja”.
“Temos necessidade de estar em contacto com a experiência humana”, evitando o “discurso eclesial abstrato”, afirmou ainda.
O prelado sublinhou, em relação aos divorciados que voltaram a casar civilmente, que “nem todos os casos são iguais”.
“O termo adultério é importante, por um lado, mas noutro sentido não diz o suficiente” sobre estas pessoas, observou.
Nesse sentido, o arcebispo australiano convidou a rejeitar uma abordagem de “tudo ou nada” que se limite ao acesso à Comunhão dos divorciados recasados.
“Há um vasto território que nos chama a uma nova criatividade pastoral”, precisou.<br />
<br />
D. Fouad Twal, patriarca latino de Jerusalém, também deixou claro que será impossível dar uma resposta a “todos os problemas levantados” neste Sínodo
“É mais do que normal que tenhamos muitas questões na cabeça”, admitiu.
A este respeito, o patriarca confessou que muitos participantes ficaram sensibilizados quando se ouviu na sala o episódio da criança que partiu a sua hóstia em três, numa cerimónia de Primeira Comunhão, para a partilhar com os pais, divorciados recasados e, como tal, impedidos de comungar.
“Não podemos nunca generalizar, é melhor estudar caso a caso, voltando à Igreja local, ao bispo local que pode conhecer melhor a situação”, referiu depois D. Fouad Twal.<br />
<br />
D. Enrico Solmi, bispo de Parma (Itália), também falou aos jornalistas e disse que espera que o Sínodo 2015 não seja “cosmético”, mas saiba “incidir sobre a vida da Igreja, colocando a família no lugar que a espera”.
O prelado valorizou a atitude de “escuta” durante os trabalhos e projetou a criação de percursos de “discernimento” para as várias situações que se vivem nas comunidades paroquiais.<br />
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<i>Texto: Agência Ecclesia</i> </div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-61134700098317488022015-10-14T15:45:00.001+01:002015-10-14T15:45:19.162+01:00Grupos de trabalho pedem intervenção «documento magisterial» do Papa sobre o casamento<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9kneEr9JKfHunLHldK-LMUJFWkH8MPQwS6HmndCpHnNgLqDIXWLO_vf7tKUlPG7OtV_RGAJowTFgEvcaincMFTWVJ9J_mbLR7g0309irD0KR_mZw1m9rkxNyVYVwpQRD6DuKJKCS-84s/s1600/15273073667_4435bbfc35_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9kneEr9JKfHunLHldK-LMUJFWkH8MPQwS6HmndCpHnNgLqDIXWLO_vf7tKUlPG7OtV_RGAJowTFgEvcaincMFTWVJ9J_mbLR7g0309irD0KR_mZw1m9rkxNyVYVwpQRD6DuKJKCS-84s/s640/15273073667_4435bbfc35_b.jpg" width="640" /></a></div>
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Os grupos de trabalho do Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano publicaram hoje novos relatórios, em que multiplicam observações sobre a necessidade de uma “intervenção magisterial” para clarificar a posição da Igreja sobre família e casamento.
“O anúncio do Evangelho da família exige hoje uma intervenção magisterial que possa tornar mais coerente e possa simplificar a atual doutrina teológica-canónica sobre o casamento”, pode ler-se nos documentos, divulgados pela sala de imprensa da Santa Sé.<br />
<br />
Os textos, em cinco línguas (francês, inglês, italiano, espanhol e alemão) deixam várias propostas tendo em vista a redação do documento final da assembleia sinodal, presidida pelo Papa Francisco, após nove das 13 sessões de debate previstas nos chamados ‘círculos menores’.
Vários participantes esperam que exista, no final dos trabalhos, um “documento magisterial” e alguns propõem que após a assembleia se abra um período de “paciente busca comum” teológica e pastoral sobre a família.
Um dos textos alerta para a necessidade de apresentar as “razões canónicas” para a anulação dos matrimónios canónicos.
“Temos de ser realistas sobre os problemas matrimoniais e não apenas encorajar simplesmente as pessoas a permanecer juntas”, assinala-se, antes de recordar a “violência contra as mulheres”.<br />
<br />
Outro relatório pede “misericórdia para os filhos que sofrem as consequências da violência familiar, o abandono, o divórcio dos seus pais”.
Noutra passagem, o divórcio é colocado ao lado da poligamia e da submissão da mulher como um dos frutos do “pecado”, que desviou a humanidade do plano de Deus, de matrimónio “indissolúvel” e de “igualdade” entre homem e mulher.
A este respeito, o grupo alemão pede “prudência e sabedoria” na aplicação “justa e equitativa” da palavra de Jesus sobre a indissolubilidade do casamento, frisando que não se procuram “exceções” à Palavra de Deus.
Várias propostas rejeitam a linguagem excessivamente “jurídica” sobre o casamento, pedindo antes que se apresente a proposta da Igreja como “graça, bênção, uma aliança de amor”, um “dom de Deus”.<br />
<br />
Os participantes lamentam a falta de uma “teologia da família”, por causa da centralização do debate no casamento e na moral, que leva a “repetir coisas óbvias, sem ideias chave e mobilizadoras”.
Tendo em vista o texto final do Sínodo 2015, pede-se que se use uma linguagem “clara e simples” que evite “ambiguidades e equívocos”, superando “falsas oposições”.<br />
<br />
Os relatórios sublinham a importância do “contexto cultural” na vivência familiar, apelando a um maior espaço para o ensinamento bíblico sobre a família e à apresentação da proposta cristã de forma concreta e não como um “ideal abstrato”.<br />
<br />
Entre as preocupações apresentadas, está a necessidade de não fazer “leituras simplistas” de fenómenos complexos, como a diminuição do número de casamentos ou o surgimento de outras formas de união, particularmente entre os mais jovens, para os quais se sugere a criação de um percurso de “iniciação” ao matrimónio.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Texto: Agência Ecclesia</i></div>
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<i>Foto: News.va</i> </div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-72599443348565815622015-10-14T10:08:00.002+01:002015-10-14T10:10:03.438+01:00Um Sínodo de mudança na forma, não no conteúdo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbf5NSG7O5E4_DP0oGp4XgIRDwkPJ8XEZThPi9ckrMFp5IrzKsEBso-ghYh3ykhhvrgcwPP2eAcyodE69qoHjK63Gs5UfOFYhGufwXxkyefCJrpMJ4Smqz9FRG2OVC8IQe5Di-H-Hx1ws/s1600/passe2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbf5NSG7O5E4_DP0oGp4XgIRDwkPJ8XEZThPi9ckrMFp5IrzKsEBso-ghYh3ykhhvrgcwPP2eAcyodE69qoHjK63Gs5UfOFYhGufwXxkyefCJrpMJ4Smqz9FRG2OVC8IQe5Di-H-Hx1ws/s320/passe2.jpg" width="320" /></a>Enquanto jornalista, tenho vindo a acompanhar os trabalhos do Sínodo com afinco, no sentido de os noticiar e dar a conhecer a todos. Como cristão, fico sempre muito espantado com a alegada divisão interna de que o Sínodo padece. Cartas ao Papa, teoria da conspiração, lóbis, de tudo já se falou cá fora e lá dentro. Ninguém sabe bem no que isto vai resultar, até porque agora são os próprios bispos que já pedem um novo sínodo, que estas três semanas não vão chegar para tudo.<br />
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No meio de toda a confusão mediática que alguns órgãos, jornalistas e participantes no Sínodo procuram criar, é possível encontrar já frutos do que tem sido a discussão sinodal, que é afinal o que interessa ao Papa e a todos os que seguem o evento com atenção.
Desde logo, a comunicação e a linguagem. A Igreja está verdadeiramente preocupada com a forma como recebe e acolhe as pessoas. A linguagem é uma preocupação que vai estar nas prioridades da Igreja, assim como a preparação para o matrimónio.<br />
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Depois de, no último Sínodo, os padres sinodais terem falado de uma melhor preparação, mas sem aumentar o tempo ou o peso, agora o discurso mudou e já se fala na necessidade de uma formação maior no tempo, que permita uma ligação à comunidade, e a urgência de um acompanhamento pós-matrimónio, na comunidade, para ajudar a que não surjam tantas ruturas.<br />
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Os participantes no Sínodo valorizaram ainda o heroísmo da experiência familiar, e criticaram a visão demasiado ocidentalizada da realidade familiar, pedindo que se abra espaço para uma visão mais global da família.<br />
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Não sabemos se este Sínodo será suficiente para o Papa, ou se haverá mais sessões sinodais, ou outras formas de aprofundamento destas matérias. Mas o que parece claro é que o Espírito atua já sobre a aula sinodal. É certo que virão mudanças, no sentido da Igreja poder chegar mais perto de quem precisa da sua misericórdia, da sua atenção, do seu carinho. Quais serão, só o Papa saberá.<br />
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A nós, resta-nos acompanhar os trabalhos com a certeza de que a Igreja não está parada, está viva e desejosa de, como há dois mil anos, apresentar a sua Boa Nova a todos os povos, mesmo que isso signifique abanar as fundações e fortalecer os princípios.<br />
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<i>Texto: Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-10114292162524215172015-10-12T12:45:00.002+01:002015-10-14T10:11:05.313+01:00Bispos podem pedir um novo Sínodo para o próximo ano<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIxr_Q4USPpyW-_eac83u-RxMv3_4FUdOKTxnQ-9sn6YaC-IlmYH3z6TjjUHAQg5KphN7aYnwQG6PlCmR-dPz5AnW5WBXbsIszmaxqXSHmjnh3Qk34j0OoHgJioAwJ1NOjLfTeoyX-zY/s1600/15348054409_a71b7fa28b_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIxr_Q4USPpyW-_eac83u-RxMv3_4FUdOKTxnQ-9sn6YaC-IlmYH3z6TjjUHAQg5KphN7aYnwQG6PlCmR-dPz5AnW5WBXbsIszmaxqXSHmjnh3Qk34j0OoHgJioAwJ1NOjLfTeoyX-zY/s640/15348054409_a71b7fa28b_b.jpg" width="640" /></a></div>
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À medida que avançam os trabalhos no Sínodo dos Bispos sobre a Família, que decorre em Roma, começa a levantar-se a hipótese de um terceiro Sínodo sobre a família, a ser marcado no próximo ano.<br />
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A novidade foi revelada em primeira mão à Família Cristã por D. José Ornelas, bispo eleito de Setúbal e antigo superior geral dos dehonianos, que revelou que «já se fala de uma terceira etapa no sínodo», que pode passar por um novo sínodo, pedido pelos participantes na assembleia que decorre em Roma. «Começam a circular vozes de um terceiro Sínodo, no próximo ano, que possa ser ainda mais objetivo, pois a discussão tem levantado muitas questões que ainda estão a ser estudadas», afirmou o prelado.<br />
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Antes da sua partida para Roma, já D. Manuel Clemente dizia à Família Cristã que não se sabia se o Papa iria ficar por aqui na reflexão sobre a família. «E vamos ver se as coisas acabam por aqui. Depois do sínodo, ou o Papa acha que a matéria não está ainda suficientemente aprofundada e encontra outra maneira de continuarmos a refletir sobre isto, ou acha que já tem elementos suficientes para, como é normal acontecer, fazer um documento final que proponha à Igreja e ao mundo», dizia na altura o Cardeal-Patriarca.<br />
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Para além disso, também várias passagens dos relatórios dos círculos menores, entregues no final da semana passada, deixam a entender que os próximos 15 dias podem ser «insuficientes» para completar todo o trabalho que é necessário até ao fim do Sínodo, o que pode confirmar que este Sínodo não será a última etapa antes da exortação que o Papa deverá fazer para finalizar todo o trabalho iniciado em outubro de 2013.<br />
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D. José Ornelas refere que «o Sínodo não é um Concílio, é um órgão consultivo, mas o Papa tem todo a razão em dizer “vamos pensar e escutar o sentir da Igreja». Neste sentido, será de esperar que, nos próximos dias, se possa perceber se esta é uma possibilidade que se concretiza ou não.<br />
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<b>Bíblia é o «livro de instruções da Humanidade» </b><br />
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Sobre as questões que estão a ser debatidas no Sínodo, D. José Ornelas espera «muito». «Eu nunca participei num sínodo, mas o que tenho ouvido, de pessoas muito próximas que têm participado, é “a gente faz uma discussão, etc, mas nem chega a ser uma discussão, fazem-se uns discursos, apresentam-se ideias e depois o Papa faz uma mensagem”. O Papa Francisco mudou a metodologia, dando mais peso às discussões. Além disso, envolveu muito mais pessoas e a generalidade da Igreja. Isto é caminhar em Sínodus, não pode ser só uns tipos que se reúnem em Roma. Tem de ser um diálogo da própria Igreja, e foi a primeira vez que, para um Sínodo, se interpelou o povo de Deus», refere D. José Ornelas.<br />
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Um Sínodo que tenha em atenção os anseios das pessoas e que permita combater a «arrogância» do Ocidente. «Não nos esqueçamos que a conceção de matrimónio que temos no mundo ocidental é diferente noutras culturas, e a arrogância que temos muitas vezes de dizer que nós é que temos a verdadeira imagem do homem, da mulher, é uma arrogância da qual os outros se riem, porque ainda pensamos que somos o umbigo do mundo, e não é verdade», defende.<br />
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Afirmando que «temos de estar abertos a outras possibilidades», D. José diz que a «forma de compreendermos e fazermos agir» as verdades que são eternas no nosso mundo «tem de ser adequada, e sempre foram ao longo dos séculos, e a Igreja tem sido mestra nessa adaptação». Essa adequação passa por ter bem claro «o ponto de vista do Evangelho». «O Evangelho é um aprofundamento daquilo que é ser homem e mulher neste mundo. É isso que o Evangelho nos leva a descobrir», porque se não «aceitarmos que o mundo é um mistério que tem uma autorrevelação que é preciso entender», há certas coisas que a Igreja diz que «não está nas nossas mãos», para justificar nada fazer, e isso é muito perigoso. «Nós estamos com capacidades de intervenção novas, mesmo a nível das raízes da vida, e se não temos a sabedoria de entender as coisas, corremos o risco de fazer grandes borradas», avisa.<br />
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É neste sentido que D. José Ornelas defende que o que é disciplina pode ser mexido e atualizado. «Deus conta com o Homem para aperfeiçoar este mundo, e por isso lhes deus responsabilidade, as chaves da casa. «O carácter normativo da Bíblia é o livro de instruções da Humanidade e deste mundo. Ali estão os princípios, mas a adequação desses princípios e o desenvolvimento técnico é como a lei e a sua regulamentação. A disciplina tem de ser adaptada ao tempo, e entender a mente do Papa», pediu o prelado.<br />
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<b>Acesso aos sacramentos é questão de disciplina </b><br />
Considerando que é necessário fazer um «<i>upgrade</i>» à Igreja, que não coloque em causa do Evangelho, mas que adeque a Igreja os dias de hoje, D. José Ornelas usa o exemplo dos divorciados recasados para explicar melhor este upgrade. «A questão da família não deverá sofrer nenhuma alteração, não é porque é uma leizinha, mas porque é uma proposta de felicidade para os casais. Mas o divórcio, por exemplo. No contexto bíblico em que aparece esta discussão, a mulher não era tida nem achada no assunto, e por isso Jesus diz “não, vocês não podem simplesmente repudiar uma mulher”, e já Moisés o tinha feito, permitindo que dessem o libelo. Porque naquela altura o homem separava-se da mulher mas não a tornava livre de se casar com outro homem, ficava como sua escrava, não como mulher. Isso não, e Moisés disse “faça-se justiça”, e pôs o homem e a mulher em paridade», sustenta.<br />
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Mas isto não significa que não haja projetos que falham. «As pessoas entram num projeto que era para durar, mas não durou. A vida é uma história, mas se essa história teve percalços e se está a reanimar agora, deve ter formas de expressão dentro da Igreja. Vamos simplesmente abençoar mais um matrimónio? Não, eles não são o mesmo matrimónio, mas são uma outra forma de viver em Igreja», e é preciso «encontrar resposta» para isso.<br />
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Resposta essa que pode estar na própria Bíblia. «Quando falha, Jesus diz “a não ser em caso de” e usa o grego porneia, uma palavra com muitas aceções», que a Igreja Ortodoxa entende de forma a permitir uma segunda união, válida aos olhos da Igreja. «A Igreja Ortodoxa, que é outro pulmão da Igreja, tem uma solução diferente, que tem de ser estudada. Não para dizer quem está certo ou errado, mas para ver quais são as soluções, dentro da tradição da Igreja e da Evangelho, que nos pode servir também a nós para encontrarmos caminhos novos.<br />
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Até porque a comunhão dos divorciados recasados «é uma questão de disciplina», segundo D. José. «Aos bispos [portugueses], o Papa dizia que temos de ver a incongruência de certas coisas. Temos um tipo que é um grande distribuidor de droga, arrependeu-se, a gente perdoou-lhe, vem à comunhão e ninguém faz problema. Mas se for um que está a procurar viver honestamente e a reconstruir a sua vida, já temos problema... Temos de encontrar formas novas, na busca de soluções que sejam verdadeiramente fiéis ao Evangelho, mas que sejam Boa notícia para estas pessoas. Não pode ser só “não podem”, tem de ser estudada uma forma de chegar a estas pessoas», defende.<br />
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O mesmo se passa em relação à poligamia, um problema do continente africano que o antigo superior geral dos dehonianos conhece bem de perto. «Eu vivi isso muitas vezes em missão. A poligamia, sabemos. Mas não podemos chegar e dizer “olha, tu tens 3 ou 4 mulheres, agora escolhe uma”. E as outras? O que se faz a essas mulheres? Temos de ter atenção para não cometermos injustiças que, sendo um bem para alguém, são um mal para outra. As pessoas têm de ser postas no centro da discussão dos problemas, não os princípios», conclui.<br />
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<i>Texto: Ricardo Perna</i></div>
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<i>Fotos: News.va e Ricardo Perna</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-81247044134945670022015-10-07T14:42:00.000+01:002015-10-14T10:11:19.914+01:00Bispos admitem «lóbi» no Sínodo, mas sem «conspiração»<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="http://www.agencia.ecclesia.pt/netimages/noticia/cqtdsq6uaaadf61.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.agencia.ecclesia.pt/netimages/noticia/cqtdsq6uaaadf61.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
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O arcebispo de Filadélfia (EUA) confirmou hoje que o Papa alertou os participantes no Sínodo dos Bispos para a criação de um clima de «conspiração» que prejudicaria o debate sobre a família. «Devemos evitar pensar nos outros como alguém que conspira contra nós, mas trabalhar pela unidade entre os bispos”, disse D. Charles Chaput, em conferência de imprensa, citando o apelo de Francisco aos participantes na assembleia sinodal.<br />
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O prelado norte-americano respondia a uma pergunta sobre um alerta do Papa para a “hermenêutica conspirativa”, expressão divulgada esta terça-feira através das redes sociais pelo jesuíta António Spadaro, que participa no Sínodo.
D. Laurent Ulrich, arcebispo de Lille (França), outro dos participantes na conferência de imprensa desta tarde, sublinhou que no Sínodo “cada um diz e pensa como entende” tendo em vista um “trabalho comum”.
“O Papa pediu-nos para estarmos atentos e salvaguardarmos a serenidade do debate entre nós”, assinalou.<br />
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D. Salvador Piñeiro, arcebispo de Ayacucho (Peru), resumiu este apelo de Francisco numa frase: “Falar com toda a liberdade e ouvir com toda a humildade”.
A divergência de opiniões é vista como algo natural pelo arcebispo de Filadélfia, o qual disse mesmo que “nunca” esteve numa reunião da Igreja sem grupos que se juntassem para “fazer lóbi numa direção em particular”.
“Não devemos ficar escandalizados ou surpreendidos”, prosseguiu D. Charles Chaput, destacando a importância da “honestidade” neste debate.<br />
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O responsável, que acolheu em finais de setembro o 8.º Encontro Mundial das Famílias (EMF), com a participação do Papa, convidou os católicos a “confiar que Deus guia a sua Igreja”.
“Não estamos aqui [no Sínodo] para ganhar alguma coisa, estamos aqui para chegar à Verdade que o Senhor estabeleceu para a sua Igreja”, realçou.
O arcebispo observou que os trabalhos desta assembleia, na sequência da reunião extraordinária de 2014, têm procurado encontrar uma linguagem que “acolha” e não abra feridas nas pessoas, em fidelidade à doutrina católica.<br />
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No mesmo sentido, D. Laurent Ulrich fez questão de ressalvar que “não está em discussão a doutrina da Igreja, mas a maneira de a viver no dia-a-dia, na relação pastoral”.
Já D. Salvador Piñeiro, presidente da Conferência Episcopal Peruana, apontou o dedo a um discurso de “duas caras” da sociedade, que por um lado proclama a crença na família como “célula fundamental” mas por outro aprova leis que facilitam “o divórcio” e “o aborto”.<br />
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D. Charles Chaput observou, por sua vez, que os participantes nesta assembleia sinodal têm procurado sublinhar a importância do ensinamento da Igreja sobre a família, com atenção às “99 ovelhas” que o colocam em prática e não apenas “à ovelha perdida”, em referência a uma das parábolas de Jesus apresentadas nos Evangelhos.
Outra das preocupações é refletir uma visão “universal” e não só do Ocidente sobre a família.<br />
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Os participantes no Sínodo dos Bispos estão a trabalhar nos chamados ‘círculos menores’, grupos linguísticos que promovem o debate fora das chamadas ‘congregações gerais’.
Durante o encontro com jornalistas, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, reafirmou que os membros da assembleia são “livres” para falar à imprensa ou publicar os seus discursos, mesmo que a sala de imprensa da Santa Sé não o faça.<br />
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<i>Texto e foto: Agência Ecclesia</i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-33687659717130594962015-10-06T14:29:00.000+01:002015-10-14T10:11:35.230+01:00Comunhão aos divorciados é questão de doutrina ou disciplina?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAkaRgcphlb4NohpgMXSbgpjuM48ltkMR3ZRXlTdaVtYb-zNgp2IWsbQcCiGq4o3Mp1MonMxDWm1SdNuAi8aaERNGXbodpsZbqHW_tcWzYw6ww5xzKh3nZhLC4Tt4rD9FjI5e4OIsR4Ks/s1600/12049428_10204414178946281_2963987011884944409_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAkaRgcphlb4NohpgMXSbgpjuM48ltkMR3ZRXlTdaVtYb-zNgp2IWsbQcCiGq4o3Mp1MonMxDWm1SdNuAi8aaERNGXbodpsZbqHW_tcWzYw6ww5xzKh3nZhLC4Tt4rD9FjI5e4OIsR4Ks/s640/12049428_10204414178946281_2963987011884944409_n.jpg" width="640" /></a></div>
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A conferência de imprensa desta manhã, no Vaticano, fez um resumo dos trabalhos realizados até ao momento e deixou algumas pistas sobre o que serão os trabalhos dos próximos tempos. A começar, a surpresa de sabermos que o Papa interveio esta manhã no sentido de «orientar os trabalhos». Francisco disse aos mais de 400 participantes que «a doutrina católica sobre o Matrimónio não foi colocada em questão» na assembleia extraordinária de 2014, referiu o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.<br />
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O Papa, que tinha aberto a primeira reunião geral, esta segunda-feira, com um discurso, voltou a falar esta manhã a pedir que os membros da 14ª assembleia evitem deixar-se «condicionar» ou «reduzir o horizonte de trabalho neste Sínodo», como se o único problema «fosse o da Comunhão aos divorciados, recasados ou não». Um sinal claro de que o debate estaria a centralizar-se apenas nesta questão, o que levou o Papa a intervir.<br />
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Questionado pelos jornalistas sobre se existiu uma intenção de forçar esta discussão por parte dos oradores, o arcebispo de Ontário, no Canadá, D. Paul-André Durocher, explicou que o problema estava na metodologia utilizada neste sínodo, que era nova para todos. «Não estávamos habituados a ter de trabalhar com base num documento, na Instrumentum Laboris, e isso provocou algumas dúvidas», disse o arcebispo, mas um documento idêntico sempre serviu de base a todos os Sínodos anteriores.<br />
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Nas duas congregações gerais, foram ouvidos 72 oradores, provenientes de todos os continentes, e foram vários os temas abordados, incluindo este da comunhão aos recasados, como já tínhamos dito. Apesar de não fazer parte do resumo dado pelos porta-vozes do Vaticano, os jornalistas questionaram os bispos presentes na conferência de imprensa. D. Claudio Maria Celli afirmou que a questão não estava fechada com o relatório e a intervenção do Cardeal Erdö, como não estava nenhuma outra questão. «Se a discussão sinodal sobre divorciados e recasados acabasse ontem com a apresentação do Cardeal Erdö, então o que estávamos aqui a fazer todo este tempo?», questionou em tom de brincadeira.<br />
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D. Paul-André Durocher concorda que «a apresentação do Cardeal Erdö foi uma parte do caminho», e foi dizendo que esta é uma questão que não está fechada. Há uma «diferença de opiniões» sobre se a Comunhão aos divorciados recasados é uma questão de «doutrina» ou de «disciplina», e essa reflexão «poderá ser feita agora nas reuniões dos círculos menores», disse aos jornalistas. «Vamos ser honestos: é uma questão de doutrina ou disciplina? Acho que é uma das questões que serão debatidas nos círculos menores, mais para a frente. Se quiser procurar o que é doutrina, compra o volume grande de Denzinger e vê o que está lá escrito…», disse, adiantando também que este não é o único assunto que irá ser tratado no Sínodo. «Não quero parecer que estou a levar este tema com leveza, mas o Papa disse-nos que este é apenas um assunto entre muitos», avisou o arcebispo do Canadá.<br />
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<b>Absolvição geral por causa do Ano da Misericórdia? </b><br />
As intervenções destes dois dias ficaram também marcadas por outros assuntos. Foram muitos os que referiram a «necessidade de uma preparação para o matrimónio mais longa e que vá para além da celebração», disse o Pe. Thomas Rosica. Para além disso, referiu o Pe. Lombardi, alguns oradores falaram na «necessidade de formação do sacerdote para poder acompanhar os casais na preparação para o matrimónio», pois é preciso «mudar a linguagem».<br />
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A proposta mais surpreendente terá sido a de um orador, que sugeriu que fosse aplicado, neste Ano da Misericórdia, uma absolvição geral a todos os cristãos, como forma de «entusiasmar as pessoas a voltarem para casa, para a Igreja», disse o sacerdote, que informou que era apenas uma proposta levantada para reflexão, nada mais.
O Pe. Thomas Rosica disse ainda que alguns oradores de língua inglesa tinham referido a necessidade de a Igreja ser como um GPS para os cristãos. «Quando a estrada falha, temos de descobrir novos caminhos para as pessoas, como um GPS», foi uma das ideias lançadas.<br />
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Sobre as pessoas com inclinação homossexual, «que são nosso sangue», os oradores referiram a necessidade de «não ter pena deles, mas antes reconhecê-los pelo que eles são: nossos irmãos».
Falando da emancipação das mulheres, alguns dos oradores levantaram a ideia de que, apesar das coisas boas que a emancipação trouxe, as mulheres não se podiam esquecer «das responsabilidades delas perante a família, não esquecendo a maternidade», sendo que esses oradores referiram também a necessidade de «erradicar» o domínio que o homem exerce sobre as mulheres em alguns países.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQkuY3neDNEjukp1fpoylRGWKUrmQ0gTURdM7sLGuTJV0dNEEEXCQDi-aTGsI4Sx9TS_s6K-BWMgO66JUiKXgp3sgIlhdR55VnxXVcIvoX39peBDBz1nIfJLgsGsb5_54U4XrpyVSb0kE/s1600/12143244_10204414178786277_2823515707033462165_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="452" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQkuY3neDNEjukp1fpoylRGWKUrmQ0gTURdM7sLGuTJV0dNEEEXCQDi-aTGsI4Sx9TS_s6K-BWMgO66JUiKXgp3sgIlhdR55VnxXVcIvoX39peBDBz1nIfJLgsGsb5_54U4XrpyVSb0kE/s640/12143244_10204414178786277_2823515707033462165_n.jpg" width="640" /></a></div>
Os participantes nas congregações de língua espanhola referiram a necessidade de encontrar «ferramentas» para auxiliar os casais, antes de se preocuparem com a questão da indissolubilidade. «Não podemos falar de indissolubilidade do matrimónio se não houver ferramentas para apoiar os casais na sua caminhada», disseram os bispos na sua intervenção.<br />
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Foi ainda referido, com maior ênfase pelos bispos africanos, o problema da poligamia, que afeta muitas comunidades em África, com muitas pessoas que se querem converter ao Cristianismo impedidas de o fazer pois têm muitas mulheres a seu cargo. A situação é complicada, pois se essas mulheres forem rejeitadas pelo homem, ficarão sozinhas sem qualquer possibilidade de se juntarem a mais alguém, pois essas sociedades discriminam essas pessoas.<br />
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Finalmente, um orador pediu ao Sínodo que se pronunciasse claramente sobre o que fazer com as pessoas que aparecem para se batizar, mas já são casadas pelo civil. A Igreja obriga ao casamento pela Igreja, o que levanta dificuldades, e o sínodo foi convidado a refletir sobre o tema e a encontrar caminhos de ajuda para essas situações.<br />
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Pode continuar a acompanhar todas as incidências do Sínodo no blogue especial que a Família Cristã criou para o efeito em <a href="http://www.sinododafamilia.blogspot.pt/">http://www.sinododafamilia.blogspot.pt</a><br />
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<i>Texto: Ricardo Perna</i></div>
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<i>Fotos: l'Osservatore Romano </i></div>
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Um pai que não sabe o que fazhttp://www.blogger.com/profile/18266684058350741975noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6365621930765809771.post-80672550937381903192015-10-05T12:57:00.000+01:002015-10-14T10:11:50.247+01:00Relatório inicial reforça indissolubilidade, pede acompanhamento dos casais, mas esquece África<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtZfMsixo6j6YfwXVPLJvafIv8UqjstoVe0yryRQQDv-Rgx7MXd2U714qKDYZb58rvwAwj4hIJHNSzgnPwepkLVbH9njPTrbDCTacQg9Vcgb7JIsseOqG0N5AkAJ50V0uNbjVNvLYzqBs/s1600/04964055.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtZfMsixo6j6YfwXVPLJvafIv8UqjstoVe0yryRQQDv-Rgx7MXd2U714qKDYZb58rvwAwj4hIJHNSzgnPwepkLVbH9njPTrbDCTacQg9Vcgb7JIsseOqG0N5AkAJ50V0uNbjVNvLYzqBs/s640/04964055.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>© Foto Lusa</i></td></tr>
</tbody></table>
Os trabalhos do Sínodo Ordinário sobre a família iniciaram-se verdadeiramente hoje, com a leitura do relatório inicial, que faz um ponto de situação sobre as opiniões e reflexões levadas a cabo no anterior sínodo, juntamente com os contributos que, durante ste ano, foram chegando ao Vaticano em resposta à <i>Lineamenta </i>que foi enviada para todos os fiéis e que resultou na construção da <i>Instrumentum Laboris</i>, documento que irá orientar os trabalhos sinodais.<br />
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A leitura do documento na aula sinodal ficou a cargo do Cardeal Péter Erdö, o relator geral do Sínodo. Dividido em três partes, o relatório traz um retrato do que foi a escuta dos fiéis sobre a família, o discernimento da vocação familiar e a missão da família hoje.
Começando desde logo por afirmar que «o movimento migratório está a desintegrar as famílias ou é uma dificuldade para que venha a ser formada. Em muitas partes do mundo os jovens pais deixam os seus filhos em casa e procuram trabalho no estrangeiro», refere o relatório.<br />
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Defendendo que a família «oferece uma possibilidade de desenvolvimento humano que é insubstituível», os relatos dos fiéis falam de uma realidade onde o casamento é cada vez menor porque as pessoas se ligam cada vez menos aos compromissos. Neste sentido, é preciso anunciar «um verdadeiro caminho para a felicidade», como Paulo o fazia, já que o matrimónio é «um objetivo da existência humana».
Neste sentido, «as famílias cristãs são chamadas a testemunhar o Evangelho com a sua vida de acordo com o próprio Evangelho, através de um anúncio missionário. Os cônjuges reforçam a sua fé e passam-na aos seus filhos, mas também as crianças e outros membros da família são chamados a compartilhar sua fé».<br />
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É neste sentido que o relatório reforça o valor da indissolubilidade do matrimónio, um dos aspetos que mais irá ser debatido neste sínodo, admitindo a «exigência» desta condição. «Os Evangelhos e São Paulo também confirmam que o repúdio da sua esposa, praticado em primeiro lugar entre o povo de Israel, não pode tornar possível um novo casamento para qualquer das partes. Esta afirmação é tão incomum e tão exigente manteve-se presente ao longo dos séculos na tradição disciplinar da Igreja, constituindo um elemento ainda a tal ponto que, entre os povos convertidos que se converteram ao Cristianismo, a monogamia e a indissolubilidade do casamento tornou-se uma matéria disciplinar».<br />
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Sobre este tema, o relatório fala da necessidade de criar uma «comunidade de amigos verdadeiros», que podem surgir dos grupos de casais que se juntam para acompanhar os casais recém-casados. «Pertencer a um grupo dessa natureza, pode amadurecer a fé do casal, especialmente se essas comunidades de famílias se reunirem regularmente, lerem a Sagrada Escritura, orarem juntos e fizerem crescer a sua fé à luz do ensinamento da Igreja, especialmente através do Catecismo da Igreja Católica».<br />
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Poder fazer este caminho de acompanhamento é um «desafio» para bispos e sacerdotes e podem exigir «novas formas de catequese e testemunho, em plena fidelidade à verdade revelada por Cristo», mesmo que isso possa implicar, segundo o relatório, um afastamento de algumas pessoas. «Se falamos do fundo do nosso coração, se não houvermos desistido de prestar contas a nós mesmos em primeiro lugar de nossa fé, então podemos falar aos outros com convicção e coragem. Se dizemos francamente aos outros aquilo em que acreditamos, não devemos ter medo de não sermos compreendidos, porque também somos filhos de nosso tempo. Assim, embora nem todos aceitem a proposta, o anúncio vai ser compreensível para todos», pode ler-se.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRmUmd4k4Q_3u81zTg7knscdcilv6kCLJNMFWZtBfQult2cdCBPylOTSsAWGrGUZDWH4QpS9-j65cakIMc0hYlvy4dG79iYbYJub0VUwR7chjPoKXsy2NNBzAvMZe0e_DlBplRc790gvM/s1600/04964058.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRmUmd4k4Q_3u81zTg7knscdcilv6kCLJNMFWZtBfQult2cdCBPylOTSsAWGrGUZDWH4QpS9-j65cakIMc0hYlvy4dG79iYbYJub0VUwR7chjPoKXsy2NNBzAvMZe0e_DlBplRc790gvM/s640/04964058.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>© Foto Lusa</i></td></tr>
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<b>Escutar todas as situações, mas sem colocar em causa indissolubilidade do matrimónio</b> <br />
Sobre o problema dos casais divorciados e recasados, o relatório pede a criação de «centros de escuta», com grupos de pessoas que possam ajudar, por um lado, a tentar a reconciliação e o perdão de pessoas divorciadas que ainda não iniciaram uma nova relação, e por outro possam acompanhar as crianças que são vítimas dessas situações. Estes centro serviriam também para orientar alguns no sentido de compreender o novo processo de nulidade matrimonial criado pelo Papa Francisco há dias.<br />
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Admitindo que a questão do acesso à comunhão e à confissão «é um assunto que requer profunda reflexão», o relatório reafirma que estas questões não são proibições, mas sim «exigência intrínsecas no contexto do testemunho da Igreja». No entanto, mesmo com essas limitações, o relatório refere que os divorciados recasados «são orientados no sentido de aumentar a sua integração na vida da comunidade cristã, tendo em conta a diversidade das situações iniciais».<br />
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O relatório, que, conforme foi referido na conferência de imprensa que se seguiu à leitura do relatório, é «um ponto de partida para a reflexão e não o final», afirma ainda que a opção ortodoxa, que permite uma segunda união, «não pode ser avaliada adequadamente usando apenas a estrutura conceptual desenvolvida no Ocidente no segundo milénio. Deve-se ter em mente a grande diferença sobre os tribunais institucionais da Igreja, bem como o respeito especial para com o direito dos Estados, que por vezes pode tornar-se crítica, se as leis estaduais são separadas da verdade do matrimónio, de acordo com o plano do Criador», numa referência clara ao facto dos estados permitirem várias uniões válidas civilmente.<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0ul3nDhZ9zsGx36Vo3pOilVjvB2k6NItqsfiMhKVXrNq9hNaLgyNTiA4x5VbBs0dT-38sOgLtF9Sdz8zfLP9qYxlOwDvWLhhCEVJ1avONVEU1x8rpFk5F0GnrtI5lXEqPNW-2clpk650/s1600/04964065.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0ul3nDhZ9zsGx36Vo3pOilVjvB2k6NItqsfiMhKVXrNq9hNaLgyNTiA4x5VbBs0dT-38sOgLtF9Sdz8zfLP9qYxlOwDvWLhhCEVJ1avONVEU1x8rpFk5F0GnrtI5lXEqPNW-2clpk650/s400/04964065.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>© Foto Lusa</i></td></tr>
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Finalmente, o relatório volta a falar sobre a abertura à vida e aos métodos de planeamento familiar, assumindo-se mais uma vez de forma paradoxalmente estranha. Se, por um lado, afirma que a vida em plenitude leva a «sugerir um ensino adequado sobre os métodos naturais para a procriação responsável», também por outro lado aconselha a que, conforma explica a encíclica Humanae Vitae, se «respeite a dignidade da pessoa na avaliação moral dos métodos de regulação da natalidade». Este respeito, por enquanto, não chega para permitir a utilização de métodos artificiais, o que, de alguma forma, leva a questionar se este respeito pela escolha existe verdadeiramente.<br />
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Uma grande surpresa foi a ausência de referências no relatório a questões mais próximas da igreja africana, como a questão da poligamia. Questionados sobre isso, os prelados presentes na conferência de imprensa afirmaram que essa foi «uma escolha vossa [dos cristãos]». O cardeal Erdö afirmou que os bispos esperam com grande expetativa «o contributo dos bispos africanos» que já no Sínodo passado deram um bom contributo, sem no entanto explicar o porquê da omissão destes assuntos do relatório inicial.<br />
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É sobre este relatório que se irão desenrolar os trabalhos na próxima semana, com intervenções dos vários prelados presentes na aula sinodal, entre os quais D. Manuel Clemente, que afirmou, em entrevista à Família Cristã, que iria pedir a «reorganização da igreja em chave familiar» na sua intervenção.<br />
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Pode acompanhar o trabalho do Sínodo no blogue que a Família Cristã criou em <a href="http://sinododafamilia.blogspot.pt/" target="_blank">http://sinododafamilia.blogspot.pt</a><br />
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<i>Texto: Ricardo Perna</i> </div>
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